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Sexta-Feira, 17 de Janeiro de 2020 13:42

Sumiço de crianças no interior de MT segue sem solução; Sesp continua com investigações

Agonia, angústia e frustração. Estes sãos os sentimentos daqueles que buscam por algum familiar desaparecido, de quem sente a ausência diante da falta de notícias e do desencontro de informações. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), mostram que entre janeiro e novembro de 2019, 1.933 pessoas foram consideradas desaparecidas em Mato Grosso. Desse total, 36,8% é referente a menores com idade de 0 a 17 anos. Dentre as faixas etárias expostas nas estatísticas crianças com idade entre 12 e 17 anos são a maioria, com 614 registros. Segundo o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, a maioria dos casos notificados na Grande Cuiabá são solucionados. Porém, em cidades do interior, há aqueles que são considerados emblemáticos e desafiadores. Um dos casos de desaparecimento que gerou grande comoção em Mato Grosso, foi a de Samuel Victor da Silva Gomes Carvalho, 6 anos, residente em Rondonópolis (212 km de Cuiabá). Ele foi visto pela última vez no dia 20 de outubro de 2019. Segundo a família, ele desapareceu em uma tarde de domingo, quando saiu da casa da avó materna, onde morava, para brincar com amigos e até o momento não voltou para casa. Não bastando suportar a dor do sumiço do filho, a mãe, Anelice Silva, 24, chegou a ser alvo de ameaças e chantagens, recebendo fotos de um suposto menino com a orelha mutilada, em que afirmaram ser Samuel. Reprodução/ Facebook Em um vídeo postado pela mãe no Facebook, o pequeno Samuel aparece alegre. Ela compartilha e diz na legenda “Confio no meu Deus que ele logo trará você de volta, meu filho. Minha esperança é que me dá essa firmeza […] Mas dói muito, dói demais”. O sumiço de Samuel teve repercussão também na Assembleia Legislativa. A vice-presidente Janaina Riva (MDB) e os deputados Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), e delegado Claudinei (PSL) pediram empenho máximo da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para localizá-lo. Eles requereram, inclusive, manifestação do governador Mauro Mendes (DEM) para dar mais visibilidade ao caso e providências imediatas. “Esse é um caso que afeta a todo os deputados, falo em nome dos 24, que têm sido procurados para ajudar nesse caso. Presto solidariedade à família do Samuel e digo que faremos com que isso chegue até o governador do Estado de Mato Grosso e ao secretário de Segurança, para que tome as providências necessárias”, ressaltou na época a parlamentar. Já a Secretaria do Estado de Segurança informou que a delegacia de Rondonópolis teria apoio e todo aparato para as diligências. Outro caso que, recentemente, veio à tona é do sumiço de Claudemir Ramos Quintino, 10, no Distrito de Entre Rios, distantes 150 quilômetros do município de Nova Ubiratã (502 km de Cuiabá). Claudemir deixou sua casa no dia 16 de dezembro de 2019, dizendo que iria até a casa do irmão mais velho, que mora no distrito. Mas não chegou ao seu destino. Reprodução/ Facebook O pai, que mora em Sinop, postou em sua rede social (Facebook) pedindo oração ao filho. “Peço oração pelo meu filho Claudemir Ramos Quintino que desapareceu. Estamos desesperados”. Na última quinta-feira (2), uma equipe de buscas bombeiro-cão do Corpo de Bombeiros Militar foi até Nova Ubiratã e realizou buscas pelos arredores das casas onde a criança tinha costume de frequentar. Como não houve mudança no comportamento do cão nas áreas indicadas, foram descartadas e as informações foram repassadas às polícias Militar e Civil local. De acordo com o delegado Nilson Farias, muitos mistérios rondam o caso, já que a família só registrou o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento 4 dias após o ocorrido. Além disso, os familiares do menino resistiram em comparecer na delegacia para prestar depoimento. “Ele morava com a mãe e o padrasto. O pai é de Sinop e não conseguimos localizá-lo”. Além do caso de Samuel e Claudemir, há um outro mistério que também não foi desvendado. O pequeno Flávio Henrique de Souza, desapareceu no dia 18 de janeiro de 2015, em Peixoto de Azevedo (691 km de Cuiabá), quando tinha apenas 3 anos de idade. Flavinho sumiu enquanto brincava no quintal de um sítio de propriedade dos avós. A família estava de férias e chegou ao município 2 dias antes, em 16 de janeiro daquele ano, após uma viagem pelo interior do Pará. De acordo com a mãe de Flavinho, Silvana Aparecida da Silva, 35, no sítio não haviam desconhecidos e a suspeita é que convidados de uma festa que acontecia na propriedade vizinha tenham levado o menino. O caso se tornou emblemático após ter grande repercussão em veículos de imprensa e redes sociais. Reprodução/ Facebook Faltando poucos dias para completar 5 anos do desaparecimento de Flavinho, o caso ainda é de mistério. Em postagem a rede social, Facebook, Silvana lamenta mais um Natal sem o filho. “Filho, mais um Natal sem você. Faria qualquer coisa para ter você comigo […] Família toda reunida, mas nada preenche o vazio que tenho no meu coração sem você aqui. Te amo filho. Que a pessoa que te tirou de mim te dê um Natal digno”. Estatísticas O quantitativo de desaparecidos no estado até o penúltimo mês de 2019, é 11% maior que o registrado em todo o ano de 2018, quando foram registrados 1.740 desaparecimentos. Porém, em se tratando de vítimas com idade até 17 anos, houve uma redução de 4,7%, passando de 746 para 711. Conforme a Polícia Civil, na Grande Cuiabá o índice de localização de desaparecidos chega a 90%. E para ajudar ampliar a divulgação de pessoas desaparecidas, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP criou em 2016, no Facebook, a página “Desaparecidos – Polícia Civil Mato Grosso”. A polícia frisa que apesar do setor ser responsável apenas por desaparecimentos registrados na região metropolitana, presta apoio às unidades do interior do estado, caso seja requisitado e também a outros estados, uma vez que a troca de informações é fundamental no processo de levantamento e cruzamento de dados.
Fonte: O Bom da Notícia

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