O Ministério da Defesa informou nesta quarta-feira (29) que acompanha situação entre Venezuela e Guiana e que as ações de defesa “têm sido intensificadas” na região da fronteira, ao Norte do país. Segundo o Ministério, houve reforço de militares na região.
O senador Hiran Gonçalves (PP) pediu ao Ministério da Defesa o reforço das Forças Armadas em Pacaraima, cidade brasileira na fronteira com a Venezuela, por conta da disputa entre o país venezuelano e a Guiana pela região de Essequibo.
Essequibo, administrada pela Guiana, tem um território de 160 mil km² — cerca de 70% do território atual da Guiana — e concentra reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris.
De acordo com o senador, em conversa na terça-feira (28), o ministro da Defesa, José Mucio, já tinha garantido o reforço militar na fronteira do Brasil com a Venezuela, principalmente no município de Pacaraima, local estratégico de acesso ao Essequibo.
O pedido do senador ocorre às vésperas do referendo que a Venezuela convocou para que a população do país responda sobre a criação de uma nova província chamada “Guayana Esequiba” no território de Essequibo.
O referendo, convocado por Nicolás Maduro, está marcado para este domingo (3), e prevê conceder a nacionalidade venezuelana a 125 mil habitantes da região de Essequibo.
Para o senador, o reforço militar será a garantia da segurança dos brasileiros que vivem em Pacaraima, devido à aproximação do referendo.
A Venezuela e Guiana disputam a região de Essequibo desde 1966. Em 2015, a disputa ficou mais acirrada, pois a companhia americana ExxonMobil descobriu campos de petróleo na região.
A Guiana afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais.
Já a Venezuela afirma que o território é dela porque assim consta um acordo firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.
A Guiana quer que a disputa seja resolvida na Corte Internacional de Justiça. A Venezuela quer tentar negociar com o país vizinho.