A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou a convocação de seis mato-grossenses para prestar esclarecimentos. Ao todo foram apresentados 283 pedidos, contudo apenas 36 foram aprovadas neste primeiro momento. No meio dos pedidos estão lideranças do agronegócio, empresários de Sorriso e o condenado por tentar explodir caminhão-tanque, Alan Diego dos Santos Rodrigues.
Além disso, nomes como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, além dos militares e ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno. No total, foram acatados os pedidos no último dia 13 de julho.
A lista inclui os produtores de soja Roberta Bedin e Argino Bedin. Ambos são suspeitos de ter financiado atos antidemocráticos em Brasília após o segundo turno da eleição de 2022 e chegaram a ter os bens bloqueados por ordem do Supremo.
Além dos sojicultores estão Edilson Antônio Piaia, que também é do agronegócio mato-grossense e é suspeito de ter financiado os atos golpistas de janeiro. Ele também teve suas contas bancárias bloqueadas.
A relação requereu os depoimentos dos empresários Leandro Pedrassani e José Carlos Pedrassani, que são acusados de financiar os atos de 8 de janeiro e serão ouvidos como testemunhas na CPMI.
Por fim, Alan Diego dos Santos Rodrigues que já depôs e é condenado a cinco anos e quatro meses de prisão por ter planejado um atentado a bomba na rodovia que dá acesso ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro, com George Washington de Oliveira Sousa. Rodrigues colocou o artefato explosivo em um caminhão.
No depoimento, o mato-grossense afirmou que foi cabo eleitoral e tirou foto com a deputada federal Coronel Fernanda (PL). O bolsonarista já foi candidato a vereador em Comodoro pelo PSD em 2016, e também declarou que também atuou como ‘cabo eleitoral’ para o deputado estadual reeleito Valmir Moretto (Republicanos).
A relatora senadora da CMPI, Eliziane Gama (PSD-MA), disse na aprovação que a comissão investigará e identificará os autores intelectuais, financiadores e dos responsáveis pelos atos que, na visão dela, traçam a linha cronológica até os ataques de janeiro.
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