O grupo de garimpeiros que, desde o início da semana, estava bloqueando a BR-163, no distrito de Moraes de Almeida, no Pará, decidiu suspender a manifestação até segunda-feira. A informação foi confirmada, ao Só Notícias, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Os manifestantes fizeram acordo com o governo e, até segunda-feira, não haverá bloqueios. Caso não aconteça esta reunião, pode haver retrocesso. Não há interdição, desde ontem, e, no momento, o fluxo de veículos segue normal”, disse um policial, ao Só Notícias.
Diversos caminhoneiros de Mato Grosso foram afetados pelo bloqueio, que começou na última segunda-feira (9). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário do Norte de Mato Grosso (Sinttronormat), Jaime Sales de Oliveira afirmou, nesta sexta-feira, que a interdição já havia começado a causar prejuízos para as empresas transportadoras de produtos e mercadorias em Mato Grosso, bem como para caminhoneiros autônomos.
Centenas de carretas, caminhões que estão carregados com grãos – para descarregar no Porto de Mirituba (PA) – ou retornando a Mato Grosso ficaram parados nas longas filas que passaram de 50 quilômetros. Ônibus também não passam, mas houve alguns casos de baldeação. Alguns índios Mundurukus também apoiaram o manifesto.
Na quinta-feira (12), segundo a PRF, houve avanço nas negociações com os manifestantes que estavam liberando a passagem dos veículos a cada 12 horas. Posteriormente, liberavam a cada 6 horas nos dois sentidos da via por uma hora, e depois, retomavam o bloqueio.
Os manifestantes cobram a legalização dos garimpos na região. Eles também exigiram que os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) não destruíssem os maquinários flagrados nos locais de extração do minério sem a devida licença ambiental.
Na lista de reivindicações, o grupo também pediu uma audiência com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para discutir a regularização dos garimpos na região paraense e regularização simplificada para as áreas garimpeiras.