Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, anunciou nessa terça-feira (27) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se recusou a prorrogar a medida que isenta o pagamento de PIS e Cofins sobre os combustíveis, dois tributos federais.
A volta dos impostos sobre os combustíveis deve ser sentida pelos consumidores já na próxima segunda-feira (02). O preço da gasolina deve subir cerca de R$ 0,70 por litro, chegando a R$ 7; enquanto o diesel deve ter aumento de R$ 0,35, segundo levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo).
A isenção havia sido estabelecida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no começo do ano, para baixar o preço da gasolina e do diesel, que vinham em alta por conta da guerra na Ucrânia e tem validade até o dia 31 de dezembro.
Com a volta dos impostos, conforme o Sindipetróleo, o aumento já deve ser sentido na próxima segunda-feira (02). “Se não tiver nenhuma medida do governo Lula, o consumidor deve sentir o aumento na bomba já na segunda. Não só em Cuiabá, mas no Brasil todo”, disse o vice-presidente do sindicato, Claudyson Martins Alves.
“Remover [a isenção] é ruim para todo mundo. Para o consumidor, porque ele vai gastar mais. Para o posto é ruim, porque o consumidor, com o combustível mais caro, sempre roda menos, com o preço mais barato ele anda mais e consome mais. [A volta dos impostos] vai ser boa apenas para o Estado, que vai arrecadar mais”, explica Claudyson.
Ainda segundo o representante do Sindipetróleo, o impacto já é sentido na compra dos combustíveis na distribuidora. “Algumas distribuidoras já estão segurando o produto por causa do possível aumento. Umas já estão aumentando o preço devagar para explorar, já estão fazendo o movimento para ganhar mais”, afirma.
De acordo com Claudyson, o preço do etanol deve pernamecer o mesmo em Mato Grosso, pois já tem imposto mais baixo do que no restante do país.
Lula se nega a cortar da própria carne e a retomada dos impostos federais pode aumentar a arrecadação do governo em R$ 50 bilhões por ano, aproximadamente.
De acordo com Fernando Haddad, Lula não quis que o governo atual prorrogasse a isenção, porque entende que o novo governo deve ter mais tempo para avaliar os impactos da medida.