Uma menina de 13 anos matou com chutes e tijoladas um homem de 52 na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Águas Claras. Depoimentos conflitantes sobre o caso levaram os policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente 2 (DCA 2) a diferentes linhas de investigação. Há a hipótese de que a adolescente teria reagido a uma tentativa de estupro, e a de que teria assassinado a vítima, identificada como Antônio Soares da Silva, para subtrair ou facilitar o roubo de um veículo da oficina mecânica onde ela trabalhava. O crime aconteceu na noite de terça-feira, ao lado do estabelecimento.
Policiais militares receberam denúncia de um homicídio por arma de fogo na região. Porém, ao chegarem ao local, encontraram a vítima no chão, com uma pessoa tentando reanimá-la. Em seguida, o Corpo de Bombeiros constatou a morte. A adolescente informou que reagiu após Antônio ter tentado estuprá-la. Na ocorrência registrada na delegacia, a garota contou que o homem “assoviou, mostrou o pênis, correu atrás dela e tentou agredi-la”.
O delegado à frente do caso, Juvenal de Oliveira Campos Júnior, chefe da DCA 2, informou que, em depoimento, a jovem acrescentou ter recebido oferta de carona por parte de Antônio, mas que ele teria pedido para “mexer nela” em troca do favor. “Ela deu uma gravata (golpe por trás, com braço no pescoço da pessoa), e a vítima desmaiou por estar sob efeito de álcool. Em seguida, disse que começou a agredi-lo com chutes na cabeça e uma tijolada”, afirmou Campos Júnior.
No entanto, uma irmã da adolescente, de 22 anos, contestou essa versão. Ela, que está grávida, chegou à cena do crime no momento em que a vítima era agredida, e contou que a irmã é usuária de drogas e estaria sob efeito de Rohypnol quando Antônio se recusou a oferecer uma carona. “Essa testemunha informou que tentou impedir o crime, mas recebeu agressões, inclusive socos. Ela foi encaminhada a um hospital antes de seguir para a delegacia”, disse o investigador.
Tentativa de furto
A apuração da DCA 2 mostra que ainda há outra versão para o crime. De acordo com Juvenal, os investigadores conseguiram informações de que a jovem poderia estar distraindo Antônio para que as irmãs pegassem um veículo na oficina em que ele trabalhava. “Uma das hipóteses é de que a familiar foi checar como estava a jovem e a encontrou agredindo Antônio. Ela tentou intervir, mas foi agredida, justamente porque a menina estava alterada”, frisou