A Justiça, após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (22) , definiu que o advogado Augusto César Carvalho Frutuoso, de 47 anos, flagrado com entorpecentes ao tentar entrar no Presídio Feminino “Ana Maria do Couto May”, em Cuiabá, deve cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica pelo crime de tráfico de drogas.
Já a detenta Sabrina Eloy dos Santos, que, conforme a denúncia, receberia o entorpecente, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ela cumpre pena na penitenciária por tráfico de drogas - crime cometido em Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá - há aproximadamente dois meses.
Ela contou, durante a audiência, que pagou R$ 100 a outra pessoa para que conseguisse que algum advogado levasse uma “jumbada” até o presídio. Porém, relatou que Frutuoso não sabia que entre os produtos haveria drogas nem que receberia qualquer valor pela entrega.
A “jumbada” ou “jumbo”, conforme a delegada da Delegacia Especializada à Repressão de Entorpecentes (DER), Juliana Palhares, é um kit de itens pessoais que pode ser entregue aos reeducandos por familiares ou advogados.
No flagrante envolvendo o advogado e a detenta, os entorpecentes estavam em embalagens de plástico que continham condicionador, creme hidratante e sabão em pó. As porções foram descobertas quando os itens foram colocados no aparelho de raio-x para revista.
O advogado, em depoimento, confirmou que foi a primeira vez que levava uma encomenda para Sabrina, mas que já havia levado “jumbos” para outras presas, sempre sem receber pelo ato. Reforçou, conforme relatório da audiência, que não sabia da existência dos entorpecentes no kit.
O g1 não conseguiu localizar os advogados de defesa de Augusto César Carvalho Frutuoso e Sabrina Eloy dos Santos apontados no processo até a última atualização desta reportagem.
Em 2015, Frutuoso havia sido preso enquanto oferecia R$ 2,5 mil para que policiais militares liberassem dois clientes dele de serem presos por porte ilegal de arma na capital.
Os clientes eram dois jovens, de 25 e 21 anos, que foram presos na região do Bairro Santa Helena, em Cuiabá. Com a dupla, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e um aparelho usado como bloqueador de sinal de GPS de veículos.