A Assembleia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (23), uma moção de repúdio contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, pelo bloqueio das contas bancárias de mais de 40 empresas de Mato Grosso, acusadas de financiar as manifestações contra o resultado da eleição.
A moção é de autoria do deputado Xuxu Dal Molin (União), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na moção, ele também critica a forma como Moraes vem conduzindo o processo eleitoral, acusando-o de não ser transparente. Apenas o deputado Lúdio Cabral (PT) votou contra.
Durante a sessão, Dal Molin chegou a chamar Moraes de “criminoso”.
Segundo ele, as manifestações são justas e feitas por pessoas decentes, pais, mães, trabalhadores, caminhoneiros, agricultores e empresários, que apenas cobram a transparência da eleição.
“Querem colocar culpa nessa gente que estão lá com famílias, só exigindo o direito de ter uma eleição transparente. Não dá para aceitar. Nós temos que ter respeito por essas pessoas e, sim, coibir aqueles verdadeiros criminosos, que nós temos um deles aí hoje na maior Corte Eleitoral do país”, disse.
Dal Molim ainda afirmou que o presidente do TSE faz um “desserviço” à sociedade brasileira.
“Não tem transparência. Quando fui deputado federal, eu apoiei o voto impresso, a transparência. Eu não estou aqui para discutir lado. Nós temos que aceitar quem ganha, quem perde. O que nós não podemos aceitar é a mentira, as narrativas, a falta de transparência”, afirmou.
“Se tiver outra eleição, tem que fazer. Se não tiver, tem que aceitar de forma legítima. Eu abri mão cinco vezes de disputar a eleição para apoiar outros. Eu não tenho paixão por cargo. Eu tenho paixão pelo meu país, pelo o que é certo”.
Contas bloqueadas
A maioria das empresas que tiveram as contas bloqueadas por Moraes são do município de Sorriso ( a 485 km de Cuiabá).
A lista foi feita pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal após pedido do próprio Moraes, ao receber a notícia de que 115 caminhões se deslocaram para a Brasília, com o objetivo de reforçar as manifestações, na sede do Quartel Geral (QC) do Exército, no feriado da Proclamação da República.
Na decisão, o ministro afirmou que os direitos de greve e de reunião são garantidos pela Constituição Federal. No entanto, disse que os atos praticados desde a primeira semana de novembro são “antidemocráticos” e “ilícitos”.