O ministro da Justiça, Flávio Dino, respondeu a questionamentos de jornalistas sobre o aumento de facções em Mato Grosso nos últimos anos. Em visita a Cuiabá nesta segunda-feira (9), Dino afirmou que o seu ministério possui pouco recurso para combater organizações criminosas como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), que disputam território no estado.
"Eu creio que para um país como o Brasil ter um fundo de segurança pública de R$ 2,2 bilhões por ano é pouco em face das necessidades", afirmou Dino. "Nós repassamos metade disso para os estado e a outra metade para a Força Nacional, que atua em praticamente a amazônia inteira, inclusive aqui".
Dino afirma que, deste total, restam apenas R$ 500 milhões para aplicar em todo país. Em Mato Grosso, a cidade de Sorriso virou destaque negativo após ser considerada a sexta mais violenta do país.
"Eu não tenho essa ideia de que o Brasil está perdendo a guerra para as facções, olhando o problema de dentro eu vejo um aprimoramento grande das polícias"a, afirmou. "Temos uma tendência estatística positiva, porém eu acho que existe uma espécie de cansaço, de exaurimento de forças, então o que nós temos hoje é uma situação grave sim, que vem de décadas, lembremos que essas facções dentro do sistema penitenciário, isso já tem 25 ou 30 anos, mas hoje estamos enfrentando", citou.
Ainda segundo Dino, é preciso seguir bons exemplos, como no caso da Colômbia, que conseguiu vencer cartéis de narcotraficantes nas maiores cidades do país.
"Hoje nós temos um caminho do governo federal chamando parceiros, é possível sim reduzir a criminalidade no estado", afirmou o ministro.