O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49, autor do feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 49, deveria estar internado no Hospital Adauto Botelho. Ele chegou a ser preso pela Polícia Civil, no dia 29 de junho deste ano, para cumprimento da sentença de dois anos de internação, após ser diagnosticado com transtornos psiquiátricos. Mas a direção do Hospital Adauto Botelho e os diretores dos presídios não acataram a determinação e o acusado acabou solto e matou a advogada na madrugada de domingo (13).
O ex-policial foi colocado em liberdade no mesmo dia da prisão, durante a audiência de custódia. O próprio juiz Leonardo Pitaluga, que determinou a internação no Adauto Botelho, decidiu pela soltura após negativas de vagas no hospital e nos presídios.
"A prisão foi efetuada para inserção do penitente na medida de segurança na modalidade de internação, motivo pelo qual determino o seu encaminhamento à unidade Adauto Botelho... Na impossibilidade da imediata internação no referido local, deverá o paciente aguardar em unidade prisional, notadamente em local adequado a sua condição de saúde mental", ressaltou o juiz na primeira decisão.
Após a negativa de vaga por todo o sistema, o magistrado promoveu a soltura provisória de Almir, citando que ante a inércia e descaso das autoridades estatais que negaram sua entrada ao Adauto Botelho, mesmo com determinação judicial, não resta outra alternativa a este Juízo.
Barbárie
O corpo da advogada foi localizado pelo irmão, com sinais de espancamento, dentro do veículo dela, estacionado na região do Parque das Águas, na tarde do domingo (13).
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), rapidamente, iniciou a investigação e prendeu o suspeito que, em depoimento, além de alegar que era interditado judicialmente, disse apenas que ele e a vítima estavam embriagados.
Investigação comandada pelo delegado Marcel Gomes de Oliveira apurou que a vítima passou a tarde de sábado em um churrasco com a família e amigos e, por volta das 22h, foi com o seu carro até um bar, nas proximidades da Arena Pantanal. No local, a vítima conheceu Almir, com quem teria deixado o local, por volta das 23h30, seguindo para a casa dele, no bairro Santa Amália.
Após o fato, os familiares não conseguiram mais contato com a vítima. O irmão dela acessou um aplicativo que indicou que o celular dela estaria no Parque das Águas. No local, o corpo da vítima foi encontrado dentro de seu veículo Jeep, no banco do passageiro. Imagens de câmeras de segurança mostraram o veículo da vítima saindo da casa de Almir, na manhã do domingo, com ele na direção.