A Justiça de Mato Grosso mandou soltar o advogado Elisandro Nunes Bueno e o empresário Bruno Cicaroni Alberici, presos em janeiro deste ano, suspeitos de sonegarem mais de R$ 370 milhões em impostos. Conforme a decisão assinada nessa quinta-feira (08.02), os investigados devem cumprir medidas cautelares e serão monitorados por meio de tornozeleira eletrônica.
A defesa de Elisandro alegou que a decisão preventiva “carece de fundamentos”, porque os crimes que o suspeito é acusado aconteceram entre 2016 e 2019, quando as autoridades já tinham conhecimento sobre os fatos.
Além disso, foi defendido que os crimes praticados não envolvem violência ou ameaça e que medidas menos severas seriam suficientes. No processo também foi argumentado que Elisandro é responsável pela guarda de duas crianças.
A Justiça determinou que será necessário a comprovação de residência, onde os suspeitos poderão ser encontrados, e que eles devem comunicar caso ocorra uma eventual mudança de endereço. Foi informado ainda que eles estão proibidos de se ausentar da área documentada sem autorização judicial e que estão impedidos de manter contato com os outros suspeitos presos na investigação.
Dois grupos criminosos suspeitos de sonegar mais de 370 milhões em impostos foram alvos de duas operações, em Mato Grosso, no Pará e Paraná. A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), e o Ministério Público Estadual (MPE), com o apoio da Secretaria de Fazenda Estadual (Sefaz) de Mato Grosso.
As operações “Déjà vu” e “Odisseia” foram deflagradas para desmantelar dois grupos criminosos que causaram prejuízos aos cofres públicos, por meio de diversas fraudes fiscais relacionadas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Durante as investigações, a polícia constatou que os suspeitos criaram diversas empresas de fachada, além de usar de artifícios para induzir o Poder Judiciário ao erro, obtendo liminares indevidas, com intuito de fraudar a fiscalização e lesar os cofres públicos.
Ainda durante as investigações, foi observada a utilização de dados cadastrais de contadores que já morreram, com objetivo de dificultar e responsabilizar o verdadeiro responsável contábil que operava para a organização criminosa.
Também foi identificada a criação de diversas empresas registradas em nome de laranjas, com a intenção de possibilitar a sonegação de impostos, mascarando a origem real dos produtos e o responsável de fato pela expedição da nota fiscal.