O agressor Jardel Alves Gonçalves passou por audiência de custódia, na quarta-feira (13) e a juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, converteu sua prisão em flagrante em preventiva. Ele agrediu a esposa, de 27 anos, de forma brutal, com um galho de árvore e a manteve refém na residência onde moram, no bairro Doutor Fábio, na Capital.
As agressões foram presenciadas pelos filhos do casal, de 11 e 2 anos. Após a sessão de tortura, Jardel passou salmoura e vinagre nas feridas para que a vítima sofresse ainda mais. Ela teve lesões graves nos braços, pernas e costas.
Nos autos, a magistrada justificou que a prisão de Jardel é necessária para a manutenção da ordem pública. Além disso, determinou a adoção de medidas cautelares para assegurar a integridade física e psicológica da vítima, assim como a dos filhos do casal.
Devido as cautelares estabelecidas em juízo, Jardel está proibido de se aproximar da vítima ou dos filhos, da residência do casal ou frequentar qualquer lugar que a companheira estiver presente. A Justiça também disponibilizou botão do pânico à vítima.
A defesa argumentou para que Jardel ficasse em prisão domiciliar por ter um problema cardíaco. Contudo, a magistrada negou o pedido e justificou que a condição de saúde não foi comprovada nos autos e afirmou que nada impede que o agressor receba tratamento médico na unidade prisional.
“Em se tratando de crime praticado com violência no âmbito familiar, a situação exige maior cautela por parte do Magistrado e maior rigor na aplicação da lei, como no caso vertente em que os fatos são graves e a vítima relata que já vem sofrendo violência doméstica há longa data. Logo, estou convicta de que a prisão deve ser mantida. Diante do exposto, com fulcro no art. 310, inciso II, 312 e 313, III, do Código de Processo Penal, c/c o art. 20, da Lei 11.340/06, converto a prisão em flagrante de Jardel Alves Gonçalves, qualificado nos autos, em prisão preventiva”, diz trecho do documento.
Entenda o caso
Jardel Gonçales submeteu a esposa a verdadeira sessão de tortura, com espancamento e cárcere privado desde a madrugada da última segunda-feira (11). Ela conseguiu escapar e registrou um boletim de ocorrência na terça-feira (12). O agressor foi preso, mas antes disso, chegou a registrar um boletim forjando uma tentativa de suicídio por parte da esposa. Ele viu que a esposa havia contado para a mãe dela que vinha sendo agredida pelo marido há muito tempo e aplicou uma espécie de “salve” na companheira, utilizando duas varas. A agressão foi praticada na frente dos filhos, de 11 e 2 anos, e deixou ferimentos graves nas costas, braços e pernas da vítima.
Depois do espancamento, o agressor esfregou as feridas com sal, vinagre e pimenta, para que a vítima sofresse ainda mais. A mulher teve inúmeras lesões em diversas partes do corpo e ficou muito machucada. Na tarde da última segunda-feira, ela conseguiu escapar do algoz ao deixar as crianças com vizinhos e procurar ajuda de parentes. Enquanto estava na casa de familiares, descobriu que Jardel, com a intenção de matá-la, havia se adiantado e registrado um boletim de ocorrência para relatar que a mulher havia tentado se suicidar.