O governador Mauro Mendes (União) criticou a decisão do governo federal de fechar clubes de tiros em todo o país, como estratégia de combate à violência. Para ele, a medida busca “desviar o foco” do problema central, que é o avanço da criminalidade em todas as regiões brasileiras.
Na última terça-feira, em live nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que é preciso fechar “quase todos” os clubes de tiro do país, excetuando aqueles que são ligados às forças de segurança e Forças Armadas.
“Eu já falei para o Flávio Dino [ministro da Justiça] que a gente tem que fechar quase todos [os clubes de tiro], só deixar aberto aqueles que são da Polícia Militar, do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram dar um golpe, nós não. Nós queremos é preparar a democracia, fortalecer a democracia”, declarou o petista.
O governador de Mato Grosso, entretanto, tem uma visão diferente. “Eu não vejo que esses clubes de tiro sejam hoje um problema para o nosso país. Nós não podemos desviar o foco. O foco da violência do país não é o clube de tiro, o foco é a bandidagem que está tomando conta de Norte a Sul, são as facções criminosas”, disse o governador.
Mauro, contudo, ressaltou que as leis precisam ser cumpridas e que, nesse caso, não cabe ao estado outra alternativa a não ser obedecer a legislação federal. “Se tiver uma lei maior sob a qual o estado e eu, como governador, tenha que cumprir, não haverá outra alternativa senão cumprir”, disse.
O governador ressaltou ainda que espera uma “ação contundente” e realmente efetiva que vise melhorar a segurança pública no país, já que isso não deve acontecer simplesmente fechando os clubes de tiro.
“Eu acho que se o governo federal fizer uma ação contundente, eu vou parabenizar também nessa direção. Agora, desviar o foco e fechar clube de tiro, eu não vejo que seja um problema para melhorar a segurança pública do país”, concluiu.