Cerca de 70 servidores da rede estadual de educação de Mato Grosso foram demitidos ou destituídos do cargo, após a paralisação realizada no dia 28 de junho, em Cuiabá. Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) repudiou o ato do governador Mauro Mendes (UB) e citou tratamento "autoritário" aos servidores da educação, que, segundo eles, são como "marionetes" em seu governo. Secretaria de Estado de Educação (Seduc) admitiu desligamentos, mas negou relação com as manifestações.
Representantes de todo o estado estiveram na paralisação organizada pelo sindicato. Grupos do interior enviaram caravanas à Capital. Servidores se concentraram na Praça Ulisses Guimarães, em frente ao Pantanal Shopping, em Cuiabá., de onde marcharam até o Palácio Paiaguás e retornaram ao ponto de partida.
Conforme o Sintep, diretores de escolas que não aderiram ao movimento foram destituídos do cargo sem nenhuma explicação. Já os contratados por seletivo ficam sem emprego.
Para a secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Guelda Andrade, o episódio demonstra “claramente” a intenção do governador em punir aqueles que protestaram. Segundo ela, 7 diretores perderam o cargo horas depois do ato.
“37 diretores, 17 coordenadores, diretores adjunto e de Delegacia Regional de Ensino, além de 13 secretários. Esse é o total de profissionais demitidos sem motivo e que participaram da Marcha Estadual do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep-MT)”, disse.
Nota de repúdio
Sintep emitiu uma nota de repúdio sobre o ocorrido e chamou como “truculenta” ação do Mauro Mendes e igualou a gestão do regime militar.
“A destituição sumária de trabalhadores da Educação ocupantes das funções de Diretor Escolar, Coordenador Pedagógico e Secretário Escolar revelam as práticas do autoritarismo dos tempos do Regime Militar e evidência o caráter desrespeitoso e de autoritarismo do Governo Mauro Mendes, que de forma unilateral tomou a decisão de comunicar que ocupantes de funções DE estariam sendo destituídos das suas funções no dia seguinte ao comunicado sem quaisquer motivações e sem direito a ampla defesa e contraditório”, cita trecho da nota de repúdio.
Professor, o deputado estadual Valdir Barranco (PT), emitiu também uma nota de repúdio contra o governador. Na nota, ele cita que Mendes e todo o “time Seduc” são “autoritários”.
“Lamentavelmente, o respeito à coordenação democrática nas escolas e a atenção aos princípios republicanos com o serviço público passam longe de toda e qualquer ação do governo estadual, que desmonta a educação pública e a construção perene da democracia das escolas”, disse em trecho da nota.
Outro lado
Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) esclareceu ao site Gazeta Digital que as demissões não têm qualquer relação com manifestações sindicais,que ocorreram por questões administrativas.
Gazeta Digital