A Usina Hidrelétrica do Manso foi multada em R$ 5 milhões, no sábado (30), pela morte de peixes no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) realizou uma vistoria por uma equipe técnica para avaliar a ocorrência da morte dos peixes na região.
A usina é controlada pela Furnas, que informou por meio de nota que a movimentação de peixes no entorno foi causada por um fenômeno conhecido como lufada, em que os peixes se deslocam nos rios ou áreas alagadas em grande quantidade e, por isso, acabam se tornando presas fáceis. Segundo a empresa, a concentração desses peixes em pequenas lagoas pode provocar alterações das condições naturais do ambiente e causar a morte de alguns peixes.
Os técnicos identificaram marcas de traumas nos corpos dos animais, como falta de escamas e animais sem cabeça.
A equipe constatou que a morte dos peixes foi provocada por um erro de manobra nos geradores da usina, que teriam sido acionados com os peixes ainda no seu interior.
A Usina possui quatro geradores, e acionar ou desligar algum deles é considerada uma manobra.
Quando um gerador que está desligado e vai ser acionado, é necessário que as comportas não sejam abertas para a entrada de peixes, e os geradores devem ser acionados sem os animais dentro.
A fiscalização acredita que este "resgate" de fauna, que garantiria a segurança dos peixes, não foi realizado adequadamente.
De acordo com a Sema, o empreendimento ainda foi autuado por não ter comunicado o órgão sobre a ocorrência.
Sema disse que vai analisar água do Rio do Manso — Foto: Reprodução
Além da multa, foi determinado que a usina recolha os peixes mortos do rio e apresente relatórios das manobras recentes dos geradores.
A quantidade exata de animais não foi possível ser levantada, mas a espécie mais afetada foi a curimbatá.
A fiscalização da Sema foi realizada após pescadores da região encontrarem peixes mortos no lago, na sexta-feira (29). Um empresário do setor de pesca fez um vídeo da mortandade encontrada na região da usina.
Após a repercussão do vídeo, a Sema havia informado que iria investigar o caso.