A atendente de enfermagem Edileny Mayre de Oliveira, de 46 anos, que descobriu um câncer de mama avançado depois de buscar ajuda em um posto de saúde e o médico dizer que era gordura e sugeriu que ela emagrecesse, conta que realizou três exames de imagem e diversas consultas antes de obter o diagnóstico da doença. Depois da descoberta, ela já retirou as duas mamas.
Ela estava sentindo muitas dores na mama e na primeira consulta com um médico do posto de saúde do bairro foi receitada uma mamografia. Ela fez e levou o resultado ao médico. "Fiz esse primeiro exame e o médico disse que era só uma gordura e me pediu para emagrecer", disse.
O primeiro resultado que saiu no dia 8 de julho de 2019 apontou que "as mamas estavam com o tamanho compatível com a faixa etária e a ausência de lesões císticas ou sólidas detectável ao método".
Dez dias depois, ainda em julho, a atendente de enfermagem recebeu um encaminhamento para tratamento com um oncologista. Entretanto, o médico anotou na ficha que, apesar das queixas dela, a mamografia não apresentou alteração.
O segundo exame foi realizado em 11 de dezembro de 2019 e no dia 23 daquele mesmo mês. No entanto, somente no quarto exame, dessa vez uma biópsia, comprovou que ela estava com "carcinoma ductal invasivo em metástase", principal tipo de câncer de mama.
"Essa é uma doença que neste estágio eu sei que não tem cura, eu só quero que os meus três filhos fiquem bem", disse.
Ela retirou a mama direita e depois a mama esquerda. Os filhos a ajudaram no processo de recuperação, nos banhos e mesmo quando era necessário faziam curativos.
Assim como conseguiu o diagnóstico tardio, Edileny acredita que outras mulheres também estejam passando pelo mesmo problema. "Se cuide, se examine, se toque e insista com o seu médico, em caso de dúvida, pra ter uma vida bem melhor e não na dúvida como estou vivendo hoje", destacou.
Com R$ 1.212,00 que recebe do auxílio-doença, a auxiliar de enfermagem cuida dos três filhos e ainda mantém o tratamento. Ela conta que contribuiu com a previdência quando estava trabalhando fora, mas que não conseguiu se aposentar. "Gostaria de me aposentar para ter uma tranquilidade no futuro e deixar algo aos meus filhos".
Ela afirma que não recebe pensão dos pais das crianças.
Conta ainda que estava fazendo uma reforma em casa, chegou a comprar portas novas em 2019. Mas, com o diagnóstico da doença interrompeu as obras.
Edileny contou que depois da doença passou a viver um outro drama familiar, o filho passou a ter puberdade precoce e precisa fazer um tratamento mensal para retardar o desenvolvimento. "O remédio custa R$ 1,8 mil no particular, mas eu consigo de graça na Farmácia de Alto Custo. Mas, nem sempre o remédio está disponível. Como não pode ficar sem, eu vendo frango assado, faço ação social e rifas para conseguir pagar", contou.
Apesar de todo o sofrimento, Edileny Mayre afirma que filhos lhe dão força para continuar — Foto: Thiago Andrade/g1MT
Mesmo passando por todos os problemas, Edileny sempre solta um sorriso e diz que a forças para continuar a viver está nos seus três filhos.
Com a ajuda das crianças, Edileny criou uma vaquinha on-line para receber doações, acesse aqui.