Um motociclista, que não teve a identidade revelada, deu entrada no Pronto Atendimento de Nova Ubiratã com uma fratura exposta no tornozelo esquerdo.
Conforme apurado pela reportagem, a lesão foi causada neste domingo (10.12) por um acidente durante a prática de Whelling, popularmente conhecida como “grau”, consiste na realização de manobras e acrobacias de solo sobre duas rodas, nas quais força e equilíbrio são exigidos ao máximo dos praticantes que realizam manobras de exibicionismo sem uso de equipamento como protetor de pescoço, botas, joelheiras, cotoveleiras, luvas ou coletes.
Devido a gravidade, o paciente precisou ser transferido para o Hospital Regional de Sorriso (HRS) onde será submetido a uma cirurgia ortopédica.
Apesar de ser proibida na maior parte do estado, em virtude dos riscos de acidentes, a prática esportiva vem sendo difundida e até incentivada no município com pouco menos de 14 mil habitantes e sem qualquer estrutura médica para o tratamento desse tipo de lesão.
Em setembro deste ano, a Prefeitura de Nova Ubiratã patrocinou a 1ª Gincana de Motos que, segundo os organizadores, reuniu mais de 150 competidores.
Repreensão policial
Após o encerramento do evento, a Polícia Militar apreendeu dezenas de motocicletas. Entre as irregularidades constatadas estavam a prática de manobras proibidas em via pública, ausência de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de alguns condutores, e adulteração de placas de identificação dos veículos ciclomotores.
Neste final de semana, PM precisou intervir novamente para impedir o “festival de imprudência e ilegalidades” no perímetro urbano do município. A ação resultou na apreensão de oito motocicletas e na condução de um adolescente de 16 anos.
Ao perceber a aproximação da viatura da Polícia Militar o adolescente empreendeu fuga em alta velocidade. Diante do risco à segurança de pedestres, foi necessário disparos de arma de fogo para conter o adolescente.
“Todo final de semana a gente precisa para o atendimento de rotina para atender jovens vítimas de acidentes de trânsito. Isso gera um gasto operacional gigantesco para o Sistema Único de Saúde [SUS). Se continuar nesse ritmo, em breve teremos cadáveres de jovens aguardando para serem identificados por seus pais. Aí eu te pergunto, será que aparecerá alguém para assumir a responsabilidade ou continuaremos com a demagogia?”, indagou uma profissional de saúde do município ouvida na condição de anonimato.