O ex-candidato do PTB à Presidência da República, Kelmon Luís Souza – ou Padre Kelmon, como se apresenta – foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil.
A informação foi divulgada, em nota da instituição publicada nas redes sociais, na sexta-feira (16) e assinada pelo arcebispo metropolitano no Peru e autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, Mor Francisco Ángel Ernesto Móran Vidal, e o Mons. Miguel, Phellype Thiago Martins, vigário episcopal no Brasil.
“Decidimos cancela a Provisão 0025/21 conferida ao Pe. Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar (sic) do clero o Pe. Kelmon Luis da Silva e também o Pe. Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana”, disse a nota da igreja.
Ex-candidato à Presidência da República, Padre Kelmon é desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Padre Kelmon se tornou um dos temas mais comentados nas redes sociais durante e após o debate de presidenciáveis na TV Globo, na noite do dia 29 de setembro.
Natural de Acajutiba, cidade que fica a cerca de 185 km de Salvador, Kelmon tem 46 anos. Apesar de ter se apresentado como padre e integrante da Igreja Ortodoxa, a representação eclesial no Brasil não reconheceu a ordenação de Kelmon.
Kelmon entrou na disputa ao Planalto após a impugnação da candidatura do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson. Ele foi o sétimo mais votado com 81.129 votos (0,07%).
Antes, Kelmon havia sido apresentado pela legenda como candidato a vice na chapa à Presidência.
Para os materiais de campanha e aparições públicas em agendas e debates, o partido e o padre ortodoxo optaram pelas vestes de sacerdote. Na foto que apareceu nas urnas, ele usou batina, touca e crucifixo.
Lula debate com Padre Kelmon — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Durante o debate, Kelmon travou embate com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve de ser advertido por desrespeitar regras e foi chamado de “padre de festa junina” pela candidata Soraya Thronicke (União).
Também foi flagrado em vídeo trocando papéis com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição.