O Profissão Repórter desta terça-feira (11) falou sobre estupro de vulnerável. O crime se aplica a situações em que a vítima é uma criança ou adolescente com menos de 14 anos ou sem discernimento no momento do ato, quando não consegue se defender do crime.
O programa mostrou o caso de um pai que foi preso acusado de abuso sexual contra a própria filha, internada no leito de uma UTI em São Paulo. Imagens feitas por funcionários do hospital mostram o criminoso com a mão dentro do avental da vítima e em partes do corpo dela.
Os vídeos foram gravados durante uma madrugada de maio pela equipe de enfermagem, que começou a desconfiar que estivesse acontecendo alguma coisa errada. A vítima tem 17 anos.
“Tivemos a constatação realmente através do exame de corpo de delito, onde realmente se constatou o abuso sexual, as lesões provenientes desse abuso que esse pai cometia”, contou a delegada seccional – São Bernardo do Campo, Kelly Cristina Sacchetto.
Relatos dos funcionários do hospital
A polícia ouviu sete funcionários do hospital como testemunhas. A equipe relata que, durante a noite, na companhia do genitor, o comportamento e os sinais vitais da paciente ficavam diferentes, que o pai queria que a menina saísse da UTI a fim de ter mais privacidade com ela e que por diversas vezes, fechou a cortina do leito.
Outra testemunha contou que “depois da filmagem feita, pela manhã, percebeu que a adolescente estava muito agitada no momento de trocar a fralda e notou que as partes íntimas dela estavam com muita vermelhidão e fissuras”.
Duas funcionárias do hospital que atenderam a adolescente aceitaram falar com o Profissão Repórter.
“Observamos que, durante o tempo que ela ficava com o pai, era o momento que realmente ela se agitava mais, ela tinha taquicardia e a equipe toda ficou em alerta, porque a gente não queria acreditar que era o que realmente a gente estava vendo ali era uma situação de abuso”, disse uma funcionária.
As funcionárias ainda disseram situações presenciaram entre o criminoso e a vítima:
“Ele acariciou o seio dela. Eu vi por duas vezes na noite de sexta-feira, ele abria a fralda dela por duas vezes e nós brigamos com ele que não era para ele fazer aquilo. Ele mexia muito na perna, beijava meio que de canto de boca, se esfregava na beira da cama e, ao sair, ele ajeitava a roupa e se direcionava ao banheiro”, relatou a profissional.
Laudo IML e prisão
O laudo do IML concluiu que a adolescente apresenta lesões compatíveis com a prática de atos libidos e que a data provável do acontecido seria recente.
O homem foi preso no dia 13 de maio e teve a prisão temporária convertida em preventiva pela Justiça. Agora, ele é réu por estupro de vulnerável.
Mãe da vítima defende inocência do marido
O Profissão Repórter tentou conversar com a família da adolescente, que continua internada.
“Ele não fez nada. Um pai muito presente na vida dos meus filhos. Muito amoroso. Ali, para mim, foi um momento de desespero […] Ninguém chamou a gente para conversar. Acharam melhor estar expondo ele. Destruiu a minha família. Nós somos dependentes dele para tudo”, disse a mãe da vítima.
O que diz a defesa do acusado?
O advogado do acusado diz que ele nega veementemente as acusações, que as gravações não confirmam com exatidão a prática do crime e, que por isso, ele deve ser considerado inocente até que se prove o contrário.
G1