Evento reuniu integrantes das forças de segurança, especialistas e representantes dos três Poderes
Debater políticas públicas capazes de reduzir a incidência de violência doméstica, além de apontar a responsabilização de seus autores. Essa foi a finalidade do 1º Encontro de Segurança Pública promovido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta quarta-feira (20), no Auditório da Escola Superior de Contas, em Cuiabá.
O evento contou com a participação de aproximadamente 400 convidados, entre especialistas, debatedores, membros das forças de segurança, lideranças políticas e representantes dos três Poderes.
Na ocasião, o Município foi representado pelos secretários de Segurança Pública, Trânsito e Defesa Civil e de Educação, José Carlos Moura e Lúcia Dreschsler, respectivamente. Também participaram do encontro, o coordenador da Guarda Civil Municipal (GCM), Marcio Pires; e a secretária-adjunta de Educação, Roberta Novello de Bem.
“Quando falamos do enfrentamento da violência doméstica e familiar é imprescindível trazer toda a comunidade para o cerne das discussões. A punição só ocorre depois do cometimento do crime. Todavia, precisamos atuar de forma preventiva, rompendo essa herança patriarcal negativa e que tanto mal faz a sociedade”, afirma Moura ao complementar que “o homem não pode, e nem deve se comportar como se fosse ‘proprietário’ da mulher.
“Como disse anteriormente, precisamos erradicar de uma vez por todas esse sentimento de possessividade”, disse.
Ponto de vista semelhante tem o presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo. Em seu discurso de abertura, ele lembrou que o estado registrou a maior taxa de feminicídio do país em 2023.
“Tivemos uma média 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. Isso mostra que algo precisa ser feito. Como guardiões dos recursos públicos, temos o dever de garantir que os esforços governamentais sejam direcionados de forma eficaz e eficiente para proteger aqueles que estão vulneráveis”, afirma.
Para o conselheiro, “facilitar o diálogo e a cooperação vai potencializar os resultados das políticas públicas do setor. “A partir de um encontro como esse, estamos integrando os órgãos governamentais, organizações da sociedade civil e demais atores envolvidos nestas questões, fortalecendo principalmente a luta contra a violência doméstica”, complementa.
Em uma das palestras mais aguardadas do evento, a vice-presidente do Instituto Maria da Penha, Regina Célia, lembrou que a prevenção ainda é o meio mecanismo mais eficiente para evitar o aumento das mortes.
“Quando uma mulher é assassinada pelo companheiro, nesse dia todas nós morremos um pouquinho por dentro”,