A defesa de Edgar Ricardo de Oliveira, um dos autores da chacina que resultou na morte de sete pessoas em Sinop, pediu à Justiça o afastamento de quatro qualificadoras dos crimes de homicídio para tentar diminuir sua pena.
O crime aconteceu no dia 21 de fevereiro, último dia de Carnaval, em um bar da cidade.
Edgar é réu confesso por sete homicídios qualificados (motivo torpe, meio cruel, perigo comum, recurso que dificultou a defesa das vítimas, vítima menor de 14 anos, concurso de pessoas, emprego de arma de fogo e concurso material).
A defesa afirmou ser extremamente questionável a qualificadora de motivo torpe,uma vez que, segundo o advogado, o acusado no momento em que praticou o crime, encontrava-se sobre “estado de fúria”.
Conforme a defesa, Edgar disse que “as vítimas começaram a falar sobre sua atual mulher, pois perceberam que ao falar das ex-companheiras não conseguiam atingi-lo emocionalmente. Que chegaram a comentar ‘será que esse filho é dele, será que não é meu não?’, referindo-se à gravidez da sua atual esposa”.
“Feitas as considerações acima, é evidente que o acusado estava apenas exercendo o seu papel de chefe de família e defendendo a honra da sua esposa após ser alvo de diversas ‘chacotas’ por parte das vítimas, motivo pelo qual ficou dominado por uma violenta emoção, devido à injusta provocação das próprias vítimas, com exceção da criança de 12 (doze) anos”, escreveu a defesa.
Quanto às qualificadoras de meio cruel com resultado de perigo comum, a defesa sustentou que o assassino utilizou do único instrumento (espingarda) que possuía à sua disposição para ceifar a vida das vítimas, o, que segundo o advogado, demonstra que em nenhum momento possuía a intenção de “provocar um sofrimento inútil para elas.”
Em relação à qualificadora de vítima menor de 14 anos, a defesa sustentou que Edgar não pretendia atingir a adolescente.
“Além disso, o acusado não executou a genitora da criança, que permaneceu a todo momento no bar durante a execução dos delitos, circunstância que nos leva a crer que o acusado também não queria assassinar a menor”.
A chacina
Edgar e o comparsa, Ezequias Souza Ribeiro, atiraram contra as vítimas após perderem apostas de sinuca.
Ezequias morreu em confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
No outro dia, Edgar se entregou à Polícia.
As vítimas foram identificadas como: Larissa Frasão de Almeida, de 12 anos; o pai dela, Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36; Orisberto Pereira Sousa, de 38; Adriano Balbinote, de 46; Josué Ramos Tenório, de 48; Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35; e Elizeu Santos da Silva, de 47.