No desdobramento do trágico caso envolvendo a morte de Manuella Tecchio, uma criança de apenas 3 anos, na cidade de Sinop, Mato Grosso, mais dois médicos e dois enfermeiros foram indiciados por homicídio culposo, elevando o total de profissionais de saúde indiciados para seis pessoas.
O caso, que chocou a comunidade local e gerou uma série de investigações, revelou uma série de falhas no atendimento médico à criança. Inicialmente diagnosticada com tosse alérgica, as investigações posteriores conduzidas pela Polícia Civil apontaram para possíveis erros médicos, negligência no diagnóstico e até mesmo imperícia por parte dos profissionais de saúde que a atenderam.
Um dos aspectos mais alarmantes desse caso foi a tentativa de falsificação de documentos para acobertar os erros médicos. O documento ressalta que uma médica que era responsável pelo relatório de revisão de óbitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teria agido de maneira a encobrir os erros cometidos por colegas médicos. Isso inclui a inserção de informações inverídicas no relatório de comissão de revisão de prontuários e a omissão de informações essenciais. Esse comportamento da médica será detalhado em manifestação apresentada junto ao CRM/MT (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso).
A família da Manuella contratou uma perícia particular para ajudar nas investigações e fazer todo o levantamento da situação, fato que está colaborando com a justiça neste momento.
É importante destacar que os documentos relacionados a este caso não estão sob sigilo de justiça e são públicos através do processo 1020696-12.2023.8.11.005.
No início desta semana, a Polícia Civil já havia indiciado dois médicos por homicídio culposo relacionado à morte de Manuella Tecchio. As investigações continuam em andamento e a polícia busca apurar todas as circunstâncias que levaram à tragédia.
A família da vítima, em busca de justiça e esperando que outros não passem pelo mesmo sofrimento, aguarda as próximas etapas do processo. O inquérito agora está nas mãos do Ministério Público, que deverá avaliar as provas apresentadas e tomar as medidas cabíveis.
Em março deste ano, a Prefeitura de Sinop afastou a médica responsável pelo atendimento de Manuella Tecchio, que faleceu um dia após ter sido atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e liberada com o diagnóstico de tosse alérgica. O pai da menina relatou que a filha apresentava sintomas gripais e, após um atendimento inicial, sua condição se agravou. O raio-X solicitado posteriormente revelou um comprometimento grave do pulmão da criança.
A assessoria da prefeitura de Sinop, do prefeito Roberto Dorner e da secretária de saúde ainda não se manifestaram sobre o caso.