O homem de 29 anos, identificado como Danielson Martins Paiva, que foi preso por ter agredido o gerente do Supermercado Machado, em Sinop, com um golpe de pá na cabeça, disse em depoimento à Polícia Civil, que cometeu o crime para defender sua esposa, que segundo ele, sofria assédio moral e constantes humilhações no estabelecimento.
O ataque aconteceu na noite de sábado (18), no Supermercado Machado, na unidade que fica próximo ao aeroporto da cidade. Toda ação foi filmada por câmeras de segurança.
Na gravação, é possível ver Danielson indo até a sessão de ferramentas onde se apoderou da pá. Em seguida, ele se aproxima da vítima, de 43 anos, e desfere o golpe na cabeça. Com o impacto, o gerente caiu. O agressor, por sua vez, foi contido por seguranças do estabelecimento.
Danielson queria discutir com o gerente, mas quando viu que ele era fisicamente maior deu-lhe uma “pazada”
Em depoimento, o agressor contou que o motivo que o levou a agredir a vítima foi por não aguentar mais ver sua esposa chegar em casa chorando devido ao suposto assédio sofrido no supermercado onde ela é funcionária.
Revoltado, ele resolveu ir até lá brigar com o gerente, mas quando viu que ele era muito grande, decidiu pegar a pá e o atacar.
“Que inicialmente, sua intenção era atingir no ombro da vítima, apenas para dar um susto nele”, diz trecho do depoimento.
Após o crime, o homem foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil.
A juíza plantonista Rosângela Zacarkim dos Santos converteu em preventiva a prisão em flagrante de Danielson Martins Paiva. A decisão foi assinada e publicada nesse domingo (19) pela magistrada, após o suspeito passar por audiência de custódia no Fórum da Cidade pela tentativa de homicídio.
Câmeras de segurança registraram toda a movimentação de Danielson, desde o instante em que ele vai até a seção de ferramentas do supermercado, pega a pá e vai em direção ao seu alvo, o observa e, em seguida, desfere um forte golpe na nuca da vítima.
Contudo, a juíza refutou o argumento, alegando que as imagens contradizem a versão do suspeito, destacando que Danielson teve a clara intenção de tentar matar seu alvo, uma vez que ele esperou o gerente ficar de costas para então desferir o golpe.
“Ele foi até o estabelecimento onde a vítima trabalha, ambiente de grande movimentação de pessoas, se apossou de uma ferramenta do próprio estabelecimento, demonstrando, assim, maior ousadia criminosa e evidenciando sua periculosidade e, em seguida, foi em direção à vítima onde desferiu, de inopino, um golpe com emprego de extrema violência, sem que a vítima pudesse se defender, pois estava de costas e falando ao telefone, revelando a brutalidade do comportamento [do indiciado]”, relatou Rosângela Zacarkim.
Além disso, a magistrada destacou que a prisão irá garantir a ordem pública diante do perigo que a liberdade de Danielson representa à sociedade e à vítima.
“No que tange ao periculum libertatis, no caso em comento, verifico a presença de um dos fundamentos ensejadores da custódia processual, qual seja: garantia da ordem pública, em razão da gravidade em concreto da conduta e a periculosidade real do agente, constatadas a partir do modus operandi supostamente utilizado para o cometimento do crime”, decidiu.