O delegado da Polícia Civil Bruno França, da delegacia de Sorriso, revelou que várias ordens de facções criminosas para matar algum rival, partem de mulheres, pois elas acabam pegando uma “brecha” na lei e não ficam presas na cadeia por estarem grávidas.
Conforme França, isso não acontece apenas em Mato Grosso, e sim no Brasil inteiro. “É em todo lugar. A jurisprudência do Brasil quase impossibilita a prisão de quem está grávida. E manda ficar em prisão domiciliar”, afirma.
“Então, o crime organizado no Brasil inteiro prefere usar mulheres grávidas para cometer os delitos, para dar ordens de morte, porque sabe que elas não vão ficar presas. É muito difícil, porque é uma posição dos tribunais superiores de que a mulher que tem filho pequeno, que depende dela ou a mulher grávida, a preferência total é para ficar em liberdade provisória ou prisão domiciliar.”, completa.
O delegado lamenta a brecha na legislação, e diz que não há muito para a Polícia Civil fazer. “Até é possível [ficarem presas], mas é muito difícil. Nós estamos prendendo, fazemos nosso trabalho, e depois o judiciário decide o que faz”.
Ele também acha que esses tipos de acabam beneficiando o crime. “Eu acho que são maléficas [essas decisões], mas não é o papel da polícia decidir isso. É o papel do Poder Judiciário, a gente simplesmente respeita a posição”, conclui.