A Polícia Judiciária Civil de Sorriso após intensa investigação que se iniciou após uma denúncia anônima de que uma senhora, de 80 anos, dona de uma grande loja de confecções da cidade, estaria sendo mantida sob cárcere privado pelo seu genro, um advogado, de 33 anos, identificado apenas pelas iniciais J.F.M.
As denúncias recebidas eram de que a mulher era mantida dopada, e era impedida de receber visitas. Durante a investigação foram ouvidas 10 testemunhas, e todas relataram os mesmos fatos, de que o suspeito era o responsável pelos cuidados da vítima, incluindo ministrar remédios, levar para consultas médicas, cuidar dos negócios e das transações bancárias da idosa, impedindo a vítima de receber visitas e se apropriando dos bens e rendimentos da mesma.
Na tarde da última quarta-feira (27.03) eram por volta das 17h00 quando um neto da vítima comunicou a polícia que foi impedido por três pessoas de visitar a avó, o neto alegou ainda que é constantemente negada a visita dele a idosa.
Quando comunicados os investigadores da Polícia Civil mediante determinação da equipe do Núcleo de Investigação e repreensão à violência doméstica empreendeu diligências para localizar 3 suspeitos, J.F.M de 33 anos, N.F.B de 57 anos e E.T.R.C, de 37 anos, que seriam o genro, o filho e a cuidadora da vítima que negaram o acesso do neto a avó.
O neto da vítima ainda relatou aos policiais que recentemente uma alteração contratual na junta comercial onde a idosa era impedida de receber qualquer rendimento da loja em que ela é proprietária, configurando violação dos artigos 102 e 106 do Estatuto do Idoso.
Dessa forma, a equipe se dirigiu até a casa dos suspeitos onde a vítima vinha sendo mantida e acionou o presidente da OAB Sorriso, tendo em vista que J.F.M é advogado. No local foram recebidos pelos suspeitos que receberam voz de prisão em flagrante, sendo informados que seriam conduzidos até a sede da delegacia de Polícia Civil.
Nesse momento, J.F.M verbalizou dizendo que só abriria o portão com a presença de seu advogado, mas foi informado que a presença do presidente da OAB acompanhando a prisão era o suficiente, e não havia a necessidade de mais um advogado. Enquanto isso, policiais viram o suspeito voltando para o interior da residência, e o outro suspeito correndo para o fundo da casa, momento em que invadiram a residência mas o suspeito N.F.B conseguiu fugir.
A cuidadora da idosa que estava presente no local foi questionada sobre a fuga do homem, e primeiramente negou ter visto o suspeito fugir, mas em um segundo momento alegou que ele saiu em um veículo Audi pelos fundos da casa, e recebeu voz de prisão pelos crimes de favorecimento pessoal e cárcere privado.
Na residência os policiais apreenderam documentos que serão juntados a investigação.
Após preso, J.F.M foi solto na manhã dessa sexta-feira (29.03) após pagar uma fiança de R$ 150 mil reais.