Graduado em licenciatura em música e pós-graduado em educação musical, Fernando Marques é um dos artistas locais contemplados pela iniciativa. Ele teve o projeto aprovado pelo edital “Natal Musical” e estará entre uma dezena de músicos que irão se apresentar ao longo deste mês no Natal de Luz, na Praça da Juventude, na área central de Sorriso.
Marques conta que há cerca de 15 anos passou a viver exclusivamente da música. Antes disso, ele intercalava as apresentações com outras atividades profissionais como a de servente de pedreiro e auxiliar administrativo em um escritório de contabilidade.
“Viver da música no Brasil ainda é algo extremamente difícil. Apesar das dificuldades, sinto-me privilegiado por morar em uma cidade em que a gestão respeita e investe na classe artística”, ressalta o músico que atualmente também ministra aulas para alunos de três instituições do Município.
Questionado se já tem planos de como investirá o cachê, o artista foi enfático. “Esse é aquele dinheiro que chega num momento oportuno. No meu caso, vou investir em um passeio em família”.
Eleito como melhor intérprete da música católica, do Festival Voz, Evangelização e Música da TV Evangelizar, o cantor Thy Lima também comemorou a iniciativa da Administração Municipal.
“Hoje eu começo a enxergar a possibilidade de viver da música porque encontrei pessoas dispostas a me ajudarem nessa caminhada [....]. Tudo isso que está acontecendo é a mão de Deus colocando as pessoas certas em nosso caminho e impulsionando ainda mais o nosso trabalho”, disse.
Gestora da pasta, Marisa Netto, avalia que o sistema adotado no processo de seleção de projetos e a distribuição de recursos teve por objetivo beneficiar o maior número possível de fazedores de cultura.
Segundo ela, entre as áreas contempladas pelos editais estão: os setores musicais e audiovisuais; cinema itinerante, teatro; dança; capoeira; artesanato; restauração de obras de artes e produção de esculturas.
“Até há pouco tempo essas pessoas estavam na informalidade. Elas não eram vistas ou muito menos ajudadas pelo poder público. Hoje a realidade é outra. Conhecemos cada artista pelo nome. Nossa previsão orçamentária contempla o setor com recursos próprios e com a captação de recursos junto ao Estado e à União. Esse trabalho único tem trazido resultados positivos para a sociedade que é beneficiada pelos projetos e pelos fazedores de cultura que passaram a contar com esses recursos”, assinala.