Câmara Municipal de Sorriso solicitou ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE), uma cópia do inquérito sigiloso que investigou o prefeito da cidade, Ari Genésio Lafin (PSDB), por suposta prática de “rachadinha” com servidores do Executivo. O gestor firmou um acordo de R$ 200 mil com o órgão ministerial para que a ação não prosseguisse.
Na sessão desta segunda-feira (06.05), o presidente da Casa de Leis, Iago Mella (Podemos), afirmou que a Casa de Leis aguarda a chegada dos documentos para tomar as providências. “Foi solicitado à cópia integral de todo o processo que tramita acerca disso, bem também como esse Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), que chegará muito em breve à Câmara. Isso para que a gente tenha total conhecimento do que estamos tratando. Aí assim vamos poder tomar as providências cabíveis”, disse.
De acordo com denúncia entregue ao Ministério Público, além do prefeito, a assessora adjunta Julia Catiele Nólio, o secretário adjunto de Obras e Serviços Públicos, Nelson Campos, e o ex-secretário de Administração, Estevan Calvo Hungaro, também estavam envolvidos no esquema.
Uma denúncia anônima revelou que o esquema liderado por Ari Lafin iniciou em 2017 e desencadeou, na Operação Torrent, deflagrada pela Polícia Civil, em 2021. Pelo esquema, servidores comissionados eram cobrados a pagar uma espécie de “pedágio político”, entre R$ 100 e R$ 500 todos os meses, devolvendo assim parte de seus salários ao prefeito e seus subordinados.
Contudo, o gestor firmou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) e aceitou pagar uma multa de R$ 200 mil para “escapar” do processo. Os parlamentares classificam o acordo como uma “confissão do crime” e exigem que o prefeito preste explicações ao Legislativo e à população.
“Quero fazer um convite ao prefeito Ari para que ele venha à Câmara dar explicações sobre esses fatos ocorridos onde a população tem nos cobrado. Eu acho pertinente essa casa trazer o prefeito para explicar isso”, disse o vereador Mauricio Gomes (PSD).