Sorriso, a “capital do agro”, foi recentemente classificada como o município com a maior taxa de estupro no Brasil em 2023, segundo dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta quinta-feira (18). Com uma taxa alarmante de 113,9 estupros por 100 mil habitantes, a cidade também foi apontada como a quarta mais violenta do país.
Os dados revelam um panorama preocupante da violência sexual na cidade, com o número total incluindo casos de estupro e estupro de vulnerável. Em comparação, a média nacional registrou 83.988 vítimas de estupro no ano passado, resultando em uma taxa de 41,4 por 100 mil habitantes. Isso significa que, a cada seis minutos, uma pessoa é vítima de estupro no Brasil. A maioria das vítimas de violência sexual no país tem até 13 anos de idade.
No ano passado, Sorriso foi palco de um dos crimes que mais repercutiram no país. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos, foram mortas após terem a casa invadida pelo pedreiro Gilberto Rodrigues em novembro. A caçula foi morta asfixiada e as demais foram esfaqueadas e abusadas sexualmente pouco antes de morrerem. Gilberto foi preso no dia em que os corpos das quatro vítimas foram encontrados. O homem foi localizado trabalhando em uma obra ao lado da casa das vítimas.
Outras cidades do estado
Quando o ranking inclui as 50 cidades com maior incidência desse tipo de crime, outras três cidades do estado são apontadas: Sinop, na 33ª posição; Cuiabá, na 42ª posição; e Tangará da Serra, na 45ª.
Em todo o estado de Mato Grosso, conforme o levantamento do Anuário, foram registrados 2.226 casos de estupro, sendo que 1.863 foram contra pessoas consideradas vulneráveis, principalmente crianças e adolescentes.
Na edição anterior do Anuário, Mato Grosso havia registrado 1.889 casos de estupro, sendo 1.447 contra vulneráveis.
Conforme a equipe que compilou as informações explica que as taxas são resultado da soma do número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável em cidades com mais de 100 habitantes. Cidades com população inferior a esse número não foram consideradas porque isso poderia levar a uma distorção das estimativas.