A morte do pequeno Bryan da Silva Otany completou 1 ano no mês de maio e culpados ainda não foram julgados. Ré confessa do crime, a mãe do bebê, Ramira Gomes da Silva, segue presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto a espera de exame de insanidade mental.
Presa desde maio de 2021, em novembro daquele ano, a Defensoria Pública, que a representa, solicitou soltura junto à comarca de Sorriso, mas recebeu negativa. O defensor citava insanidade mental e requeria exame.
Após a negativa, a defensoria recorreu ao Tribunal de Justiça, que requerendo o exame que atesta se a ré usufrui de plenas faculdades mentais. Em fevereiro, a 1ª Câmara Criminal, por unanimidade, concedeu o pedido. Porém, o exame ainda não foi feito e o processo tramita sob segredo de Justiça na comarca de Sorriso.
Ramira responde por homicídio, ocultação de cadáver, com qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima.
No pedido do exame, a Defensoria cita depressão pós-parto, além de todo trauma vivido desde a infância que pode ter impactado na saúde mental da ré.
Consta no documento judicial que Ramira foi adotada aos 2 anos e que logo em tenra infância presenciou o pai matar a mãe. Foi morar com uma irmã, com quem passou boa parte da vida.
Aos 13 anos começou a usar drogas, tendo experimentado todas. O uso perpetuou até o dia de sua prisão. Nesse meio tempo ela se casou duas vezes. A primeira aos 17 anos e depois aos 21
Ela teve uma filha com o primeiro marido, de quem se separou amigavelmente e tinha guarda compartilhada da criança. Não há queixa de maus tratos contra o primogênito.
Posteriormente se casou com outro homem, com quem teve Bryan. O companheiro usava drogas e o fato motivou a separação. Na época do crime, a ré namorava à distância uma mulher e iria viajar para encontra-la. O relacionamento teria motivado o crime, visto que a criança atrapalharia a relação.
O caso
O crime foi cometido com requintes de crueldade. Segundo a mãe, na madrugada de 14 de maio ela matou o bebê asfixiado com um travesseiro. Foram necessárias duas tentativas para conseguir matar o filho, que estava no carrinho.
Depois do homicídio, ela levou o corpo até a pia da cozinha, onde cortou as mãos e pés do filho, para facilitar esconder o cadáver. Ela colocou os membros dentro de latas de leite em pó, embalou em sacos de lixo e deixou na lixeira em frente da casa.
Ela ainda lavou o local e jogou as roupas que usava fora. O tronco e cabeça foram enterrados em uma cova rasa embaixo de um tanque de lavar roupa no quintal.
Ao amanhecer, foi até o mercado para comprar produtos de limpeza para tentar eliminar os vestígios de sangue na cozinha. Depois de ter matado o filho, ela ainda compareceu à uma consulta no dentista, como se nada tivesse acontecido.
Os restos mortais foram encontrados por um cachorro e logo os vizinhos chamaram a polícia.