O jovem, identificado como Weverton Lopes Souza, de 20 anos, que foi encontrado morto em uma região de mata na Linha Celeste nesta quinta-feira (10.10) teria sido torturado antes de ser morto.
Segundo o delegado doutor Bruno França a tortura teria durado cerca de quatro horas e foi transmitida ao vivo para presos da Penitenciária Central do Estado (PCE), que seriam os mandantes do crime. O objetivo da tortura seria forçar Weverton a entregar comparsas de sua facção, para que estes também fossem mortos.
O jovem tinha desaparecido na tarde de terça-feira e preocupada com o desaparecimento a família procurou a polícia na quarta-feira para registrar o caso. Desde o início, a equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) percebeu que se tratava de um desaparecimento suspeito e iniciou diligências para localizar a vítima.
Durante as investigações, a polícia descobriu que três indivíduos estariam envolvidos no sequestro do jovem. Na manhã dessa quinta-feira, um dos suspeitos foi interceptado em um ônibus que viajava de Sinop para Sorriso. Ao ser abordado, ele confessou o crime e revelou a localização do corpo, além de identificar um segundo envolvido, que foi encontrado escondido em um hotel em Sinop.
A polícia agora trabalha para identificar o terceiro comparsa, que o suspeito afirma não conhecer. Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno França, o crime foi motivado pela guerra de facções. A vítima teria envolvimento profundo com o crime organizado e era alvo de uma facção há bastante tempo.
De acordo com o depoimento de um dos criminosos, a vítima foi torturada por horas na tentativa de forçá-lo a revelar informações sobre outros membros da facção. O jovem foi encontrado com marcas de tortura e tiros. Um dos autores do crime alegou que se passava por “amigo” da vítima.
O pai do jovem, que registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento, relatou que seu filho havia saído de casa para trabalhar acompanhado de um colega. Durante o percurso, a vítima pediu para passar na casa de um amigo para buscar dinheiro. Ao chegar no local, a vítima subiu para conversar, mas demorou para retornar. O colega estranhou a demora e chamou várias vezes, sendo atendida apenas pelo amigo da vítima, que a convidou para subir. Desconfiada, a testemunha recusou o convite, pegou sua bolsa e foi embora. Desde então, a vítima desapareceu, sendo encontrada morta nessa tarde.
As investigações continuam, e a polícia busca identificar todos os envolvidos no crime, bem como esclarecer todos os detalhes do caso.