O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) condenou nessa sexta-feira (2), os dois policiais militares acusados de atirar contra a diarista Elizangela Moraes, de 44 anos, que estava sentada em um banco com o namorado dela, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. O crime aconteceu no dia 17 de janeiro de 2020.
A decisão é da juíza Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, da Primeira Vara Criminal de Sorriso. Os policiais Ezio Sousa Dias e Webert Batista Ribeiro, ambos de 30 anos, fizeram disparos contra a vítima.
Ezio foi condenado por duas tentativas de homicídio e posse de arma de fogo. A pena total foi de 19 anos e quatro meses em regime fechado e a perda da função pública de policial militar. Já Webert foi condenado por lesão corporal com pena total de quatro anos em regime semiaberto.
Conforme a decisão, cabe recurso e Ezio continua preso aguardando eventual diminuição de pena. O outro policial já foi colocado em liberdade.
Foram dois dias de julgamento, que iniciou na quinta-feira (1°).
Os dois policiais atiraram contra Elizangela e o namorado dela Osvaldo Pereira Gomes Neto, quando o casal estava em um ponto de ônibus na Avenida Tangará, zona leste de Sorriso. Câmeras de segurança filmaram a ação dos policiais.
Nas imagens, os dois soldados aparecem virando a esquina de uma rua e, ao passar pelo casal que está sentado em um banco público, apontam as armas para as vítimas. Um deles volta e agride a mulher. Nisso, o outro também retorna e atira contra a vítima, que cai no chão.
O namorado pede ajuda e outras pessoas se aproximam. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Regional de Sorriso.
Elizangela teve o rosto dilacerado pelo tiro e ainda foi agredida por outro policial. A vítima e o namorado que foram alvejados pelos policiais não têm antecedentes criminais e nem provocaram qualquer tipo de discussão.
Um disparo atravessou o rosto da vítima, causando danos, principalmente no lado direito, e ficou alojada na coluna.
Elizangela passou por cirurgia e recebeu alta na última semana de janeiro. Os dois PMs estão presos desde a data do crime.