Uma equipe de engenheiros da concessionária que administra trechos da BR-163, em Mato Grosso, realizam uma vistoria técnica na ponte Rio Verde, divisa entre Lucas do Rio Verde e Sorriso, no norte do estado, após manifestantes atearem fogo na estrutura durante bloqueio realizado nesse domingo (8).
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF-MT), Francisco Élcio Lucena, informou que o trânsito no local segue no sistema ‘Pare e Siga’ nesta segunda-feira (9), até que a vistoria seja concluída.
“Estamos com uma equipe de engenheiros e outros profissionais que prestam esse serviço para fazer uma avaliação técnica e precisa com o objetivo de trazer mais segurança para o local”, disse.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) informou que todos os bloqueios foram liberados entre a noite desse domingo e a manhã desta segunda-feira, em Guarantã do Norte, Matupá, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.
Os trabalhos foram realizados pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal.
Ao menos quatro bloqueios foram registrados na BR-163, em Mato Grosso, nesse domingo (8). No entanto, após a decisão de Alexandre de Moraes, uma operação foi montada para desmobilizar as interdições.
Os “manifestantes” envolvidos nos bloqueios são contrários ao resultado da eleição presidencial e fecharam os trechos, após os atos cometidos por bolsonaristas em Brasília. Eles invadiram e destruíram o Congresso Nacional, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Mato Grosso não registrava bloqueios em rodovias federais desde novembro. No momento com maior número de atos no estado, mais de 30 pontos foram fechados por pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições e que, por isso, pedem intervenção militar - o que é crime.
Durante os atos, a PRF apreendeu explosivos, identificou tentativas de derrubas pontes e registrou o ataque a uma base da concessionária.
Bolsonaristas sobem no Congresso Nacional, em Brasília — Foto: Afonso Ferreira/TV Globo
Relatório da Polícia Civil do Distrito Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontou que dos 116 caminhões que participaram de atos antidemocráticos em novembro em Brasília, principalmente nas proximidades do Quartel General do Exército Brasileiro, 50 veículos eram de Mato Grosso.
Os caminhões estão registrados no CNPJ de empresas que figuram entre as 43 pessoas jurídicas e físicas que tiveram as contas bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por suspeita de financiar e organizar as manifestações em Brasília e no estado.
Das 28 empresas mato-grossenses listadas, 14 tiveram o bloqueio financeiro determinado. Entre elas, cinco fizeram doações à campanhada para reeleição de Jair Bolsonaro (PL).