O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu que seja anexado ao processo contra Gilberto Rodrigues dos Anjos a conclusão da perícia do local do crime onde ele cometeu a chacina de Sorriso.
Ao RepórterMT, o advogado do caso, que faz a defesa da família do caminhoneiro Renivaldo Batista Cardoso, marido e pai das vítimas, explicou que esse laudo é uma peça fundamental para que a defesa e acusação possam preparar as alegações finais, o que deve acontecer em até 15 dias.
Segundo o advogado, a audiência de instrução realizada na quinta-feira (02), em Sorriso, teve todos os procedimentos finalizados. Na ocasião foram ouvidas testemunhas e o próprio acusado, Gilberto.
O teor dos depoimentos, contudo, não foi divulgado porque o processo tramita em segredo de justiça. Gilberto é acusado de ter estuprado e matado Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e as três filhas dela: Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, e as menores M.C.C, 13, e M.G.C., 10.
Além do criminoso, foram ouvidos familiares das vítimas, policiais civis e militares, incluindo o delegado Bruno França, que foi o responsável pela investigação do crime.
Por fim, o advogado contou que após a apresentação do documento da perícia, o juiz do caso deve decidir se manda ou não o criminoso ser submetido ao Tribunal do Júri.
O crime
As vítimas foram mortas na sexta-feira (24), entretanto os corpos só foram localizados na segunda-feira (27), mesmo dia em que Gilberto foi detido. O bandido trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas.
Na noite de sexta, ele invadiu o imóvel pulando a janela do banheiro e cometeu os crimes. Em seguida, voltou para a obra, retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner. Na segunda-feira, quando a polícia chegou no local, ele agia normalmente, como se fosse apenas mais um popular "curioso" sobre o crime, assistindo a cena com os colegas de trabalho. Quando a polícia realizou diligências na obra, ele apresentou apenas a cópia da identidade como documento.
Durante checagem dos dados pessoais, a equipe policial apurou que contra ele havia dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio. Questionado, ele ficou nervoso e alegou que não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana. Na casa, a perícia da Politec encontrou marcas de chinelo no piso manchado com sangue.
Ao vistoriar os pertences do criminoso, os agentes encontraram um chinelo com as mesmas características das marcas no piso da residência da família e foi confirmado se tratar do mesmo calçado marcado no piso.
Após ser questionado novamente, o assassino confessou ter cometido os quatro homicídios.
Em confissão à polícia, ele deu detalhes do crime. Ele contou que estuprou três das vítimas enquanto elas ainda agonizavam, após serem esfaqueadas por ele.