Uma mulher procurou a Delegacia de Polícia Judiciária Civil no último dia 4 de setembro para registrar um boletim de ocorrência contra seu ex-companheiro, com quem manteve um relacionamento por aproximadamente dois anos. De acordo com o depoimento, o relacionamento foi conturbado desde o início, o que resultou em episódios de violência psicológica, abandono e dificuldades financeiras, especialmente após o nascimento do filho do casal.

Em 2023, a vítima descobriu que estava grávida, pouco tempo depois o ex-marido terminou o relacionamento por mensagem, o que a deixou emocionalmente abalada, resultando em crises que a levaram a ser hospitalizada três vezes. Em novembro do mesmo ano, ele pediu para reatar o relacionamento, impondo exigências que incluíam mudanças na aparência da mulher, como a retirada de seu aparelho dentário e suas tranças, praticamente a “desmontando”. Em estado emocionalmente vulnerável e grávida, sem apoio familiar por perto, a mulher aceitou retomar a relação.

O homem que é empresário convenceu a vítima a deixar a casa onde morava sem pagar aluguel e a doar quase todas as suas roupas. Pouco antes do nascimento do filho, ele vendeu a moto dela, uma Biz 110, por um valor abaixo do mercado e utilizou o dinheiro para pagar suas contas pessoais, sem deixar qualquer quantia para ela.

Em março o filho do casal nasceu e logo após o parto, a mulher relatou que o ex-companheiro começou a tratá-la com agressividade, gritando e maltratando verbalmente. Todos os desentendimentos entre o casal aconteciam via mensagens, pois a mulher tinha medo de confrontá-lo pessoalmente.

Em julho de 2024, o homem encerrou o relacionamento novamente, usando a mesma mensagem de término enviada anteriormente. Ele saiu de casa, deixando a mulher com o recém-nascido e todas as despesas pendentes, incluindo aluguel e os custos com o bebê. Desde então, a mãe ficou totalmente desamparada emocional e financeiramente, precisando se mudar para uma casa menor e mais acessível. Além disso, ela teve seu nome negativado devido às dívidas acumuladas após o abandono.

O ex-companheiro se comprometeu a pagar o aluguel da nova residência e 50% das despesas do filho, mas não cumpriu a promessa. A mulher, que sobrevive apenas de seu salário e de doações de parentes, relatou que o valor pago pelo pai do bebê é insuficiente para cobrir nem mesmo o aluguel. Ela também precisa arcar com os custos de quatro corridas diárias para trabalhar e levar o filho à creche.

Durante as visitas ao filho, o ex-companheiro frequentemente faz chantagens emocionais e ameaça pedir a guarda da criança, além de não cumprir os horários estipulados para devolver o bebê, o que deixa a mulher emocionalmente abalada.

Diante da situação, a comunicante decidiu registrar o boletim de ocorrência para solicitar medidas protetivas contra o ex-companheiro por violência psicológica e buscar as devidas providências legais.