A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (21.03), o homem suspeito de abandonar o corpo de um bebê, do sexo feminino, dentro de uma sacola em um matagal no bairro Morada do Bosque, em Sorriso. Nessa sexta-feira completa exatamente um mês que o corpo do bebê foi encontrado por um cachorro, que arrastou a sacola até perto da rua, onde foi descoberto por populares.
De acordo com as investigações, o suspeito seria o pai da criança e teria forçado a namorada, então grávida, a realizar um aborto já na fase final da gestação. Testemunhas relataram à Polícia que o homem exercia pressão psicológica sobre a mulher, afirmando que a abandonaria caso o bebê nascesse. Após o aborto, ele teria embrulhado o corpo da criança em uma sacola e descartado no matagal onde foi encontrado pelo cachorro.
Segundo o delegado Bruno, responsável pelo caso, a Polícia Civil investigou incansavelmente até identificar os envolvidos. A equipe isolou uma mulher que estava grávida como principal suspeita, descobriu que ela não havia dado à luz em nenhuma unidade de saúde. Posteriormente, ao ouvir testemunhas, os investigadores concluíram que ela foi vítima de coação e ameaças do companheiro.
A mulher não teve condições psicológicas de prestar depoimento e será encaminhada ao Núcleo de Proteção à Mulher, sob acompanhamento da delegada Jéssica, para receber suporte psicológico antes de ser ouvida formalmente.
O pedido de prisão preventiva do suspeito foi deferido pelo Judiciário, e a Polícia Civil efetuou a prisão nesta manhã em sua residência. No local, os agentes encontraram uma arma irregular e duas caixas de munição.
O aborto teria sido realizado com o uso do medicamento misoprostol, popularmente conhecido como Cytotec, que tem efeito abortivo quando utilizado de forma inadequada. O delegado destacou que o suspeito será interrogado para esclarecer como obteve o medicamento, uma vez que sua venda ilegal é considerada um crime gravíssimo, com penas mais severas que o tráfico de drogas. Além disso, ressaltou que abortos realizados na fase final da gestação sem acompanhamento médico podem colocar a vida da gestante em risco, nesse caso, por sorte a gestante não morreu.