A Polícia Civil está investigando a origem do medicamento abortivo utilizado por um homem de 35 anos para induzir o aborto da filha que esperava com a namorada. O suspeito foi preso na manhã desta sexta-feira (21.03), exatamente um mês após o corpo do bebê ser encontrado dentro de uma sacola plástica em um matagal, no Morada do Bosque.
Na ocasião, um cachorro encontrou a sacola e a levou até uma área próxima à rua, onde populares encontraram o corpo do bebe e acionaram as autoridades. A investigação apontou que a gestante foi forçada a interromper a gravidez após pressão psicológica do companheiro, que não aceitava a paternidade e chegou a ameaçá-la de abandono caso tivesse o bebê.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, a mulher ainda não foi ouvida devido ao seu estado emocional. Ela será acompanhada pelo Núcleo da Mulher e pela delegada responsável por crimes contra mulheres, para garantir o suporte psicológico necessário.
A Polícia Civil busca identificar onde o suspeito adquiriu o medicamento abortivo, uma vez que sua venda irregular é considerada um crime grave, mais severo que o tráfico de drogas. O fármaco utilizado pode ser o Cytotec (misoprostol), um medicamento originalmente indicado para o tratamento de úlceras gástricas, mas que também possui efeito abortivo quando administrado durante a gravidez.
O Cytotec é proibido para venda sem prescrição médica no Brasil e seu uso indevido pode causar complicações sérias, como hemorragias intensas, infecções, ruptura do útero e, em casos mais graves, levar a óbito. Abortos realizados em estágios avançados da gestação sem acompanhamento médico representam um risco elevado para a vida da gestante. No caso investigado, a mulher sobreviveu, mas poderia ter tido complicações fatais.
O CASO
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (21.03), o homem suspeito de abandonar o corpo de um bebê, do sexo feminino, dentro de uma sacola em um matagal no bairro Morada do Bosque, em Sorriso. Nessa sexta-feira completa exatamente um mês que o corpo do bebê foi encontrado por um cachorro, que arrastou a sacola até perto da rua, onde foi descoberto por populares.
De acordo com as investigações, o suspeito seria o pai da criança e teria forçado a namorada, então grávida, a realizar um aborto já na fase final da gestação. Testemunhas relataram à Polícia que o homem exercia pressão psicológica sobre a mulher, afirmando que a abandonaria caso o bebê nascesse. Após o aborto, ele teria embrulhado o corpo da criança em uma sacola e descartado no matagal onde foi encontrado pelo cachorro.
Segundo o delegado Bruno, responsável pelo caso, a Polícia Civil investigou incansavelmente até identificar os envolvidos. A equipe isolou uma mulher que estava grávida como principal suspeita, descobriu que ela não havia dado à luz em nenhuma unidade de saúde. Posteriormente, ao ouvir testemunhas, os investigadores concluíram que ela foi vítima de coação e ameaças do companheiro.
A mulher não teve condições psicológicas de prestar depoimento e será encaminhada ao Núcleo de Proteção à Mulher, sob acompanhamento da delegada Jéssica, para receber suporte psicológico antes de ser ouvida formalmente.
O pedido de prisão preventiva do suspeito foi deferido pelo Judiciário, e a Polícia Civil efetuou a prisão nesta manhã em sua residência. No local, os agentes encontraram uma arma irregular e duas caixas de munição.
O aborto teria sido realizado com o uso do medicamento misoprostol, popularmente conhecido como Cytotec, que tem efeito abortivo quando utilizado de forma inadequada. O delegado destacou que o suspeito será interrogado para esclarecer como obteve o medicamento, uma vez que sua venda ilegal é considerada um crime gravíssimo, com penas mais severas que o tráfico de drogas. Além disso, ressaltou que abortos realizados na fase final da gestação sem acompanhamento médico podem colocar a vida da gestante em risco, nesse caso, por sorte a gestante não morreu.