Diversas pessoas relataram situações de humilhação e maus-tratos ao tentarem obter assistência social em Sorriso, seja nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou na própria Assistência Social do município. Muitos buscavam benefícios básicos, como uma cesta básica, devido às dificuldades financeiras que enfrentam. No entanto, em vez de acolhimento, afirmam ter sido tratados com desprezo e insultos.
Segundo os depoimentos, as abordagens desrespeitosas incluíram frases como “vá trabalhar, aqui não é restaurante popular” e que os solicitantes “não se encaixavam para receber a cesta básica”, como se os recursos fossem de propriedade pessoal dos atendentes. Muitas dessas pessoas, que já estavam em uma situação de vulnerabilidade extrema, saíram dos locais chorando, sentindo-se ainda mais desamparadas.
O que mais chamou atenção foi o relato de três estagiárias que tiveram seus salários cortados pelo prefeito e, ao buscarem uma cesta básica para conseguir se manter até o final do mês, ouviram dos atendentes que deveriam “fazer manifestação na Câmara para pegar cesta básica”.
Idosa de 74 anos rejeitada
Uma mulher relatou que sua avó de 74 anos foi ao CRAS do bairro Vitória Régia para buscar informações sobre o auxílio remédio e cesta básica, mas foi informada que estaria “tirando da boca de outras pessoas” e que, por sua idade, deveria estar trabalhando.
Mãe de criança autista humilhada
Uma estagiária de 20 horas, mãe de dois filhos, sendo um autista nível 3, buscou uma cesta básica e foi ironizada pela assistente social, que sugeriu que arrumasse “diarreia” para justificar a necessidade.
Idosos aguardam na madrugada
Outra moradora denunciou que idosos precisam chegar ao CRAS à 1h da manhã e esperar até as 7h para tentar conseguir uma cesta básica, apenas para serem maltratados.
Suspeita e insultos
Uma jovem relatou que, ao fazer seu Cadastro Único para obter o ID Jovem, foi interrogada sobre sua vida financeira e insinuaram que ela poderia estar envolvida com atividades ilícitas para complementar a renda.
Ameaça do Conselho Tutelar
Uma mulher afirmou que, ao buscar auxílio no CRAS, foi ameaçada pelas funcionárias, que disseram que chamariam o Conselho Tutelar para tomar seus filhos.
Benefício negado a doente crônico
Uma mulher com hérnia de disco, bronquite, tireoide, pressão alta e labirintite relatou que teve seu pedido de auxílio negado, mesmo apresentando documentação.
Baixa renda na conta de energia negada
Uma moradora buscou informação sobre a tarifa social para redução na conta de energia e foi informada de que apenas pessoas que vivem com meio salário mínimo podem se qualificar, algo que considera inviável para sobreviver.
Desamparo durante doença do pai
Uma mulher, cujo pai ficou acamado, buscou assistência por três anos, mas nunca recebeu qualquer suporte da prefeitura.
Humilhação em momento de necessidade
Outra pessoa relatou que, ao pedir uma cesta básica, foi trancada em uma sala e “esculachada” pelas funcionárias.