A qualidade da água que chega à população é uma preocupação constante da Prefeitura de Sorriso; e, diante das matérias veiculadas ontem (08) relatando contaminação na água do Município, o prefeito Ari Lafin convocou nesta manhã (09), uma reunião de emergência do Comitê de Gestão Hídrica.
Responsável pelas análises constantes realizadas pelo Sistema VigiÁgua, o coordenador da Vigilância Sanitária do Município, Samuel Santos, explicou que são realizados vários tipos de testes na água: físico-químicos com frequência semanal; microbiológicos a cada 15 dias; e o de monitoramento da análise toxicológica, esta última, realizada de forma semestral, ou seja, a cada seis meses. No caso específico, foi uma coleta realizada em 20 de maio de 2020, de um poço localizado na Rua São Francisco no bairro São Mateus que testou 15,5 miligramas por litro de nitrato – composto toxicológico que pode causar doenças como o câncer. Como o permitido por lei é até 10 miligramas por litro, o posto foi imediatamente desativado – condição que se encontra até o momento. E o bairro São Mateus passou a ser abastecido totalmente pelo poço do Setor Industrial.
“O poço do Setor Industrial está sendo monitorado e não há nenhuma alteração no mesmo; a população pode ficar tranquila quanto ao consumo”, frisa. Hoje o Município conta com 34 poços ativos; três poços desativados e um em processo de transferência. Todos passam por monitoramento rotineiro. Em relação aos poços desativados, além do poço em questão, no bairro São Mateus também estão desativados um poço do Jardim Europa e outro no bairro São Domingos; ambos por oscilações na turbidez da água.
Na reunião, o coordenador regional da Águas de Sorriso, Lucas Alves, também pontuou que a empresa realiza monitoramento constante para coleta e distribuição de água. Lucas destacou que a empresa segue a Portaria GM/MS nº 888/2021, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água e seu padrão de potabilidade. “Todos os dados coletados são encaminhados para Laboratório terceirizado, devidamente acreditado, que garantem confiabilidade e credibilidade dos resultados apresentados”, frisou.
Lucas completou que o cidadão pode acompanhar esses resultados, pois todas as análises são disponibilizadas nas contas de água mensalmente. Outra forma de visualizar os resultados é pelo relatório anual, entregue junto com a fatura anual em que constam os resultados coletados nos últimos 12 meses.
Nota à imprensa
As concessionárias da Aegea MT/PA que administram as Águas de Sinop e Águas de Sorriso garantem a qualidade da água distribuída para a população de Sorriso e Sinop. As concessionárias asseguram que as análises realizadas nas saídas de tratamento apresentaram resultados dentro dos padrões de potabilidade de acordo com a Portaria GM/MS nº 888/2021, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água e seu padrão de potabilidade.
As concessionárias destacam ainda a necessidade de uso da água fornecida pela Águas de Sorriso e Águas de Sinop, tendo em vista o tratamento adequado e que seguem os devidos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde. Vale destacar que as concessionárias não recomendam a utilização de poços ilegais como fontes alternativas de abastecimento, uma vez que, além de não possuírem registro e autorização, em muitos casos não há o controle de qualidade exigido pelo Ministério da Saúde, gerando graves riscos à saúde pública.
As concessionárias seguem um rigoroso monitoramento da qualidade da água fornecida à população, coletando e analisando amostras com quantidade e frequência de acordo com os procedimentos exigidos pela Portaria de Potabilidade, sendo apresentado regularmente a Vigilância Sanitária, o Plano de Amostragem e os resultados obtidos no monitoramento. Todas as amostras coletadas são encaminhadas para Laboratório terceirizado, devidamente acreditado, que garantem confiabilidade e credibilidade dos resultados apresentados.
Todos os resultados das análises são disponibilizados nas contas de água mensalmente. Anualmente todos os clientes da concessionária recebem em casa o Relatório Anual da Qualidade da Água, entregue junto com a fatura. O documento traz o resumo das análises de potabilidade realizadas nos últimos 12 meses.
As concessionárias ficam à disposição de todos 24h pelo 0800 647 6060.
Um levantamento divulgado pela organização Repórter Brasil nesta segunda-feira (07.03) apresenta dados preocupantes quanto à qualidade da água que chega às casas dos cidadãos do país. Em 763 cidades brasileiras, a água da torneira foi contaminada com produtos químicos e radioativos, com significativo potencial cancerígeno. Ao todo, 16 municípios estão localizados em Mato Grosso, incluindo a capital.
As substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, foram encontradas em Cuiabá, Juína, Comodoro, Tangará da Serra, Arenápolis, Cáceres, Campo Verde, Primavera do Leste, Paranatinga, Sorriso, Sinop, Marcelândia, Guarantã do Norte, Pedra Preta, Alto Garças e Pontal do Araguaia. Outras substâncias que também geram riscos à saúde foram encontradas na água de Confresa e Campinápolis.
Em Sorriso foi detectada 1 substância com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, acima do limite de segurança na água.
Os dados utilizados no levantamento são resultados de testes feitos, entre 2018 e 2020, por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde. Os testes são feitos após o tratamento e a maioria das substâncias encontradas não pode ser removida por filtros ou fervendo a água.
Em Cuiabá, por exemplo, a substância perigosa encontrada acima do limite de segurança na água que chega às casas, foi o nitrato (NO3). O nitrato é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. O nitrato e seus compostos são utilizados na fabricação de fertilizantes, conservantes de alimentos, explosivos e pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos vasodilatadores.
Quando essas substâncias estão acima do limite, a água é considerada imprópria para o consumo. Nesses casos, as instituições de abastecimento deveriam informar a população sobre o problema, assim como sobre as medidas tomadas para resolvê-lo. Postura não adotada pela concessionária que opera na capital, a Águas Cuiabá.
Os riscos são maiores para quem bebe a água imprópria de forma contínua, ou seja, diversas vezes ao longo de meses ou anos. Outras substâncias como agrotóxicos, substâncias radioativas, subproduto de desinfecção, substâncias inorgânicas e substâncias orgânicas também foram encontradas na água na capital, mas dentro dos limites de segurança.