Uma propriedade em Sorriso, região médio-norte de Mato Grosso, está sendo reconhecida nacionalmente pela produção de leite e derivados. O sítio Vila Láctea possui 16 animais no rebanho entre vacas de lactação, novilhas e bezerras, e é administrado pela produtora rural Rita de Cássia Pinto Hachya, responsável por recuperar pastagens degradadas e por se preocupar em emitir baixa quantidade de carbono na produção.
Propriedade que está sendo reconhecida nacionalmente pela produção de leite e derivados é o tema do episódio 27 do MT Sustentável.
A proprietária iniciou as atividades leiteiras em 2009, que logo percebeu que a venda de leite in natura não seria o suficiente para manter as despesas. Hoje são comercializados três tipos de queijo, o frescal e mussarela, vendidos no estado de Mato Grosso, e o queijo poranga, no qual possui o Selo Arte MT, podendo ser comercializado em todo o Brasil como produto artesanal.
Depois de conquistar o Selo Arte MT, a procura pelos produtos cresceu, e com a produção de queijos o valor do litro de leite aumentou em cinco vezes. Isso possibilitou Rita Hachya a fazer melhorias na propriedade, como instalar uma ordenhadeira canalizada, na qual o leite sai da vaca e vai direto para o resfriador. Além disso, ainda conseguiu dividir as pastagens em piquetes com irrigação, importante para manter o pasto verde o ano inteiro.
Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso
Rita conta que se encantou com as vacas da raça Jersey e que esse foi um dos motivos de iniciar a pecuária leiteira.
“Fiquei encantada e apaixonada por elas. Eu falo que como eu não estava buscando trabalhar com leite, nessa área, foram elas que me escolheram”, comenta.
Além de ser a única propriedade certificada por ser livre das doenças brucelose e tuberculose animal em Mato Grosso, o sítio também faz parte do Clube Amigos da Terra, uma associação sem fins lucrativos que prioriza a sustentabilidade na região de Sorriso.
Outro certificado que Rita visa conseguir até o final de 2023, é o de produção de leite A2A2, obtido a partir de animais selecionados, capazes de produzir apenas a beta-caseína A2, uma das proteínas do leite. Essa proteína não desencadeia reações inflamatórias no organismo, que provocam a má digestão ou fermentação.
Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso
A certificação é considerada importante, pois constrói uma identidade, fideliza o cliente e também melhora o lucro. Rita fala da importância dessa conquista para agregar valor ao leite.
“Hoje a gente tem, dos 16 animais, dez que produzem A2A2. Irão produzir porque são novilhas ainda, e ano que vem já vou ter 100% dos animais A2A2. Para estar certificando a propriedade, buscando esse selo de A2A2, para agregar valor ao produto”. Pontua.