De janeiro a dezembro de 2022, o Município de Sorriso registrou 2.296 casos de dengue – 222 casos a mais do que em 2021 quando foram 2.074 registros. Do total de casos registrados em 2022; 2.264 foram de dengue considerada leve; 28 situações com sinais de alarme e quatro graves. Infelizmente, o Município também registrou dois óbitos em 2022. O primeiro foi em janeiro e trata-se de uma criança de 3 anos de idade; o segundo foi em julho e acometeu uma senhora de 57 anos de idade; ambas apresentavam comorbidades.
Do total geral, foram 410 registros em janeiro – 8 com sinais de alarme e um grave; 362 em fevereiro – dois com sinais de alarme; 395 em março – três com sinais de alarme e dois graves; 462 em abril – dez com sinais de alarme; 377 em maio – três com sinais de alarme; 152 em junho – um grave e um com sinal de alarme; 38 em julho; 30 em agosto – um com sinal de alarme; 19 em setembro; 13 em outubro; 16 em novembro e 22 em dezembro. Já no ano anterior, em 2021, foram 2.074 casos confirmados; 54 com sinais de alerta e 2 de dengue grave.
Hoje os bairros com maior número de casos confirmados são o Rota do Sol com 207 registros; a Área Central com 139 e o Distrito de Boa Esperança com 119.
Além da dengue, há a preocupação com a Zika e Chikungunya. Em 2022 foi confirmado um caso de Zika em setembro; não houve registros de Chikungunya. Já em 2021, foram 12 casos de Zika e 1 de Chikungunya.
Por isso mesmo que o secretário de Saúde e Saneamento, Sílvio Stolfo, frisa que toda a população, independente do bairro, precisa estar atenta e manter quintal, calhas e terrenos baldios limpos, evitando criadouros não só de Aedes, mas de vários outros espécimes peçonhentos. E, entre os principais pontos com larvas, estão as plantas.
“Registramos muitas larvas em vasos de flores”, reforça. O que leva a equipe a solicitar que os moradores mantenham os pratos de vasos de flores com areia. “E verifiquem qualquer recipiente, grande ou pequeno, que possa acumular líquido”, lembra. “Hoje mesmo, 5 de janeiro, nossa equipe trouxe imagens feitas ontem, dia 04, de terrenos e quintais com muito lixo acumulado”, frisa.
Os locais com maior índice larvário são o Assentamento Jonas Pinheiro que fechou o 6º ciclo com 22,8% - no segundo ciclo do ano o Assentamento havia registrado 11,55, chegando a baixar para 5,22% no terceiro e 2,03% no quarto e o bairro verdes campos com 13,14%. No primeiro ciclo o Verdes Campos registrou 17,81%; 5,48% no segundo e 2,6% no terceiro. Vale lembrar que o índice de infestação recomendado pelo Ministério da saúde é de até 1%.
Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.
Hoje, 44 agentes de combate a endemias atuam no Departamento de Vigilância, 35 deles diretamente à campo. “Mas lembramos a todos que cada um é responsável pelo seu lar; então é essencial que uma vez por semana verifiquem recipientes, calhas, plantas, cisternas, etc., e que toda a população nos auxilie não descartando lixo a céu aberto, pois muito desse lixo acaba entupindo bueiros e servindo como o criadouro ideal para todo tipo de mosquitos e de animais peçonhentos”, aponta.
Dengue com sinais de alarme
A dengue com sinais de alarme ocorre quando há sintomas como dor abdominal intensa, vômito constante e necessidade de internação. Já na dengue grave ocorre reação mais drástica do organismo ao vírus, com sintomas como alteração dos batimentos cardíacos, vômitos persistentes e sangramentos, que podem ser nos olhos, gengiva, ouvidos e/ou nariz.
Inseticida
Sílvio aproveita para detalhar que a Secretaria tem recebido várias solicitações dos moradores para a aplicação de inseticida devido à grande quantidade de mosquitos na área urbana do Município. Porém, há critérios para a aplicação do inseticida. Geralmente, o produto é enviado pelo Ministério da Saúde e só pode ser aplicado quando há ou notificação de caso suspeito ou a confirmação de caso. Sem a notificação não há como aplicar o veneno, pois não haverá a reposição da quantia usada por parte do MS.
“O veneno mata apenas o mosquito que estiver voando; ele não elimina mosquitos pousados ou as larvas. Então, a melhor recomendação é a eliminação, mantendo tudo limpo”, diz. Quando há confirmação ou suspeitas de casos de dengue, o inseticida é imediatamente aplicado em todo o quarteirão do local de suspeita ou confirmação.
Além da aplicação de inseticida, o Município instituiu o calendário permanente de coleta de resíduos sólidos para descartes e tem realizado mutirões de limpeza para evitar a proliferação tanto do mosquito como de outros animais peçonhentos.