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Quinta-Feira, 30 de Maio de 2024 09:59

Sorriso: Sobrinho preso por arrancar coração da tia está "bem" e já pode ganhar alta de hospital psiquiátrico

Relatório emitido pelo Hospital Psiquiátrico Estadual Adauto Botelho conclui que Lumar Costa da Silva, que matou e arrancou o coração da tia, em julho de 2019, em Sorriso, está apto para alta hospitalar.

Considerado inimputável, conforme laudos periciais, Lumar está internado na unidade desde outubro do ano passado. Os exames apontaram que o acusado é portador de transtorno afetivo bipolar tipo I e não podia, ao tempo do crime, entender o caráter ilícito da ação. A defesa de Lumar é feita pelo advogado Dener Felizardo.

Equipe multiprofissional do Adauto fez o levantamento sobre o tratamento e as condições clínicas de Lumar, que cumpre medida de segurança na unidade após ser transferido da Penitenciária Dr Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o Ferrugem.

O relatório foi encaminhado à Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). No documento, é destacado que, em entrevista, o pai de Lumar afirmou que ele nunca demonstrou questões relacionadas à saúde mental, era inteligente e sociável. Mas sofreu abusos psicológicos por parte da mãe. O pai de Lumar acredita que os problemas vieram após a separação de Lumar e o distanciamento da filha, hoje com 9 anos.

Profissionais do Adauto destacaram que Lumar sempre se mostrou calmo, com discurso lógico e coerente com boa interação com profissionais e pacientes. Após dois meses de internação, chegou a ter alucinações, mas somente este episódio. Esta equipe considera que no momento o paciente está apto para alta hospitalar, não necessitando cuidados intensivos de 24 horas e a continuar o tratamento em modalidade ambulatorial, informou o relatório destacando que Lumar deve ser acolhido por parentes de São Paulo após a alta.

A Equipe de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas aplicáveis a Pessoa com Transtorno Mental em conflito com a Lei (EAP/MT), por sua vez, sugeriu a conversão da medida de segurança em regime ambulatorial sendo referenciada à Rede de Apoio Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde, do município de Campinas (SP), onde reside o pai de Lumar, que deverá reportar ao juízo relatório trimestral do seu acompanhamento. A Justiça ainda deve decidir sobre a alta.

O caso

Lumar morava em São Paulo e foi para Sorriso após um desentendimento com a mãe. Ele foi acolhido pela tia Maria Zélia, em Sinop, porém a mulher o expulsou de casa ao saber que era dependente químico.

No dia do assassinato, Lumar estava sob efeito de drogas e tinha alucinações. Afirma que não sabia o que estava fazendo e não conseguia distinguir a realidade da fantasia.

Em 2 de julho de 2019, ele atacou a tia e a matou a facadas. Com a arma ele arrancou o coração da mulher e a levou para a prima, filha da vítima. Roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos. Com o carro ele bateu numa subestação de energia tentando incendiar o local.

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