A Central Única das Favelas (Cufa-MT) em parceria com outras ONGs do país realiza uma campanha de arrecadação de alimentos para doar aos povos indígenas que vivem na Terra Yanomami, em Roraima – a maior reserva indígena do país –, e enfrentam uma crise sanitária e de segurança alimentar.
A sede da Cufa em Cuiabá é um dos pontos de coleta das doações e está localizada na Rua Custódio de Melo, 830 – Bairro Cidade Alta. Além da capital, há unidades da Central espalhadas em Sorriso, Sinop, Marcelândia, Peixoto de Azevedo e Alta Floresta.
Os doadores também podem doar direto para a Cufa Brasil por meio do pix divulgado nas redes sociais da entidade.
“O povo Yanomami pede socorro. Muitas crianças e adultos estão em situação de subnutrição neste exato momento. Devido à urgência da situação, a CUFA e a Frente Nacional Antirracista se uniram para arrecadar doações para levar alimento às famílias indígenas em Roraima”, diz a entidade.
O Ministério dos Povos Indígenas estima que ao menos 570 crianças tenham morrido de fome, desnutrição e contaminação pelo mercúrio em 2022.
A emergência humanitária é resultado direto dos cortes de recursos para a saúde indígena no governo de Jair Bolsonaro e da tomada das terras pelo garimpo nos últimos anos. O número de garimpeiros no Terra Indígena Yanomami passou de 20 mil em 2022, quase o tamanho da população de 28 mil povos originários na região.
O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública. Lula também criou o Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população.
O plano de ação deve ser apresentado no prazo de 45 dias, e o comitê trabalhará por 90 dias – prazo que pode ser prorrogado.